Grupo de entidades acolhedoras criam projeto para empregar adolescentes
Por meio do emprego, o "Mobiliza" tem como objetivo auxiliar o jovem social e economicamente

Grupo de entidades acolhedoras criam projeto para empregar adolescentes

A oportunidade oferecida colabora para evitar a criminalidade crescente na juventude

Existem diversas entidades em Ribeirão Preto que acolhem menores em situação de vulnerabilidade e tentam inserir os adolescentes no mercado de trabalho. Entre elas estão a Soberp, Iape, Alvoarada e Educandário. Por meio do emprego, elas desenvolvem o jovem social e economicamente.

Porém, por conta da dificuldade de se encontrar empresas abertas a contratar o adolescente nesta idade, as organizações se juntaram e criaram o "Mobiliza", que tem como objetivo criar uma rede e facilitar o acesso destes jovens ao mercado de trabalho, ligando as instituições a empresas interessadas em oferecer estágio para os menores.

Na Soberp, os jovens que fazem parte do programa de aprendizagem têm acompanhamento com aulas teóricas sobre o que aprendem na prática, em estágios. "Não é só colocá-lo no mercado de trabalho. Nós desenvolvemos esses adolescentes durante todo o tempo do contrato, que são dois anos", diz Silvana Garcia, uma das representantes da Soberp.

De acordo com Maria Cristina Consoli, assistente social, a idade entre 14 e 16 anos é mais complicada para os jovens, sejam homens ou mulheres. Não só por questões ligadas à puberdade, mas à vulnerabilidade. "Essas crianças vivem no meio do tráfico. Se a gente consegue trazê-las para o projeto, mostramos uma realidade diferente, de trabalho, cidadania", diz Maria.

Maria Cristina Consoli

Para ela, a oportunidade a esses jovens pode solucionar o problema da criminalidade crescente entre os adolescentes. "Em minha opinião, é assim que nós formamos cidadãos", diz. Porém, o empresariado precisa ser sensibilizado quanto a isso e abrir as portas para os jovens. "Por conta da crise, a reposta do empresário está lenta", conclui.

Guilherme tem 16 anos e é um dos beneficiados pelo projeto. Vindo de família carente, o trabalho como aprendiz no Banco do Brasil ajuda a aumentar a renda de casa. "Eu sempre quis trabalhar pra ajudar minha mãe. Se não tem emprego, a gente acaba indo fazer coisa errada", diz. Além do salário, ele aprendeu também rotinas administrativas que o ajudarão a conseguir trabalho no futuro.

As empresas que aceitam acolher um aprendiz para trabalhar têm incentivos fiscais e outras vantagens econômicas, mas, para Silvana Garcia, assistente social, o maior benefício para a empresa é formar um cidadão. "O incentivo é justamente ajudar a transformar a realidade do adolescente", finaliza.


Fotos: Amanda Bueno, Pixabay

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