Impostômetro atinge marca de R$ 2,5 trilhões;

Impostômetro atinge marca de R$ 2,5 trilhões;

Já o "Sonegômetro", aponta que R$ 548 bilhões deixaram de ser pagos indevidamente

O Impostômetro atingiu, nesta quarta-feira, 16, às 3:07 da manhã, o valor de R$ 2,5 trilhões. O painel está instalado no edifício-sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro histórico da capital paulista. 

 
Neste ano, a marca foi alcançada com 40 dias de antecedência na comparação com 2021, quando o mesmo montante foi atingido apenas no dia 20 de dezembro, a cinco dias do Natal.

 

Não obstante, desde o dia 1º de janeiro, já foram sonegados R$ 548 bilhões de reais, segundo o Sonegômetro. Leia mais abaixo.
 
A quantia representa a soma de todos os impostos pagos pelos contribuintes brasileiros aos governos federal, estaduais e municipais desde o início do ano. Entram na contabilidade tributos, taxas e contribuições, incluindo as multas.


 
De acordo com a avaliação do economista da ACSP, Marcel Solimeo, a antecipação do montante está relacionada aos efeitos da inflação, uma vez que os tributos indiretos, tais como ICMS, incidem sobre o preço final. Além disso, esse resultado também se explica por fatores como a recuperação da atividade econômica e bons resultados de grandes empresas.


 
“O maior crescimento da arrecadação ocorreu na esfera do Governo Federal, que fica com cerca de 66% da tributação total, embora redistribua parcela dessa receita para estados e municípios. Além da carga tributária da ordem de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), muito elevada para um país emergente como o nosso, onde os contribuintes têm ainda um alto custo para pagar os tributos, além de se sujeitar a multas, devido à complexidade da tributação. Precisamos ficar atentos para que o novo governo, a pretexto de simplificação, ou de corrigir distorções, acabe por aumentar a carga tributária”, comenta Solimeo.


 
Ainda segundo Solimeo, os dados mostram um crescimento da ordem de 11% na arrecadação total. Ele avalia, ainda, que a arrecadação seria maior se não tivesse ocorrido, nos últimos meses, a redução das alíquotas dos tributos sobre energia, telecomunicações e combustíveis, que têm peso relevante na receita dos estados.


 
Sonegômetro

 

Em paralelo ao Impostômetro, o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) criou o "Sonegômetro". A plataforma mostra quanto deixou de ser arrecadado, de forma ilegal. 

 

De acordo com o Sonegômetro, o país deixou de arrecadar R$ 548 bilhões, até esta quarta-feira, 16. A quantia equivale a cerca de R$ 1 milhão de reais sonegados por minuto no Brasil.

 

Somente com a quantia sonegada, seria possível comprar cerca de 700 milhões de cestas básicas.

 

Segundo a Lei 4.729/65, se enquadram como crime de sonegação: prestar declaração falsa ou omitir informações necessárias à Receita Federal; alterar ou fraudar livros exigidos pelas leis ficais; alterar fatura ou documentos relativos a operações mercantis; aumentar despesas para obter redução de impostos, dentre outras.

 

O objetivo da campanha do Sinprofaz é conscientizar a população sobre a urgente necessidade de mudanças no sistema tributário e levar ao Congresso Nacional propostas de reforma tributária, no âmbito da redução da tributação indireta, contemplando a ampliação da base contributiva através do incentivo às atividades produtivas e do fortalecimento ao combate à sonegação fiscal.


Foto: Reprodução

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