Leite Lopes registra crescimento de 18% no movimento de cargas em 2018
Para empresa que administra terminal de cargas, Ribeirão Preto tem condições de brigar com outros aeroportos do estado de SP

Leite Lopes registra crescimento de 18% no movimento de cargas em 2018

O aeroporto de Ribeirão Preto passa por obras para que o terminal internacional de cargas comece a operar

Em 2018, houve o crescimento em 18% na quantidade de cargas movimentadas no Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, na comparação com o ano anterior. De acordo com o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), o Leite Lopes movimentou 1.045 toneladas.

Esse é o segundo melhor resultado do aeroporto ribeirãopretano nos últimos 10 anos - superado apenas por 2015, quando movimentou mais de 1.057 tonelada de cargas. No entanto, o número é pequeno pelas possibilidades de Ribeirão Preto, segundo a empresa Tead Brasil, empresa responsável pela administração e construção do terminal de cargas internacional do aeroporto.

“A carga que o Leite Lopes carrega é nacional. O que dá rentabilidade aos municípios é a carga internacional. Essa carga [nacional] não passa pela receita. Essa carga, ela vem, desce do avião, vai para o depósito da companhia aérea, e a companhia aérea entrega. Não tem sentido econômico nenhum”, explica o presidente da Tead Brasil, Carlos Ernesto de Campos.

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Para ele, Ribeirão Preto poderia se beneficiar pelo ‘boom’ das exportações e importações por via aérea, como ocorreu em 2018 no aeroporto de Viracopos, em Campinas, por exemplo. De acordo com a administradora do aeroporto campineiro, a Aeroportos Brasil, Viracopos fechou 2018 com mais de 241,3 mil toneladas de cargas que passaram pelo terminal.

“Viracopos bateu todos os recordes de carga. Aí, eu me pergunto: por que Ribeirão Preto, que tem um terminal de 11 mil metros parado, não podia estar faturando isso? O número de passageiro de Viracopos diminuiu. Ribeirão Preto, em relação há 4 anos, melhorou  um pouco em 2018. Agora, se você pega a carga, nunca houve uma subida tão grande quanto a que aconteceu em 2018”, comenta Campos.

Solução para Ribeirão Preto

Ele acredita que, no início da operação das cargas internacionais do Leite Lopes, previsto para o meio do ano, pode estar a solução para os problemas de Ribeirão Preto em relação às finanças. Isso porque, a carga aérea tem grande valor agregado e o município recebe sua fatia por meio de impostos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o aumento de arrecadação de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

Em média, o quilo de carga aérea transportada tem cerca de 100 dólares de valor agregado, enquanto que a carga marítima fica entre 10 e 11 dólares.

Conclusão

O Daesp informa que as obras no Aeroporto Leite Lopes tem previsão de conclusão total de até 240 dias e afirma que os serviços estão adiantados e a expectativa é de que as principais intervenções – área de giro e acostamento - sejam finalizadas até o final deste mês de janeiro. O valor do investimento do Governo do Estado é de R$ 3,9 milhões.

“A obra acabando, é preciso que se volte as atenções para a utilização da pista integralmente. Porque hoje só está autorizado usar 1,8 mil metros, enquanto o tamanho da pista é de 2,1 mil metros. Se não, aviões internacionais não virão a Ribeirão Preto. Por exemplo, o 767, que foi para onde se dirigiu a atenção da reforma da pista no trecho Miami–Ribeirão/Ribeirão-Miami, 1,8 mil metros não altera. Tem que resolver esse problema”, afirma Campos.

De acordo com ele, a pendência deve ser resolvida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “A Anac dando isso. O aeroporto está liberado, aí podemos ver o restinho que falta, e todas as autoridades estão imbuídas de resolver esse problema”, completa.

Passageiros e aeronaves

Já em relação ao total de passageiros, o Leite Lopes fechou 2018 com um fluxo de 877.356 pessoas. Ou seja, em média, 2.403 passageiros passaram pelo terminal por dia no ano passado. O volume de pousos e decolagens, porém, caiu em relação a 2017. Foram 29.409 aeronaves que partiram e chegaram, entre voos particulares e de regulares de companhias aéreas. Em 2017, esse fluxo foi de 33.424.


Foto: Arquivo Revide - Pedro Gomes

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