Mães encontram no empreendedorismo forma de acompanhar o crescimento dos filhos
Para uma delas, o mercado formal não ofereceu a oportunidade de criar o filho com amor, atenção e carinho.

Mães encontram no empreendedorismo forma de acompanhar o crescimento dos filhos

Sebrae aponta que 47% dos Microempreendedores Individuais são mulheres

Segundo os últimos dados divulgado pelo Sebrae,  47% dos registros de Microempreendedor Individual (MEI), no país, foram realizados por mulheres. No Estado de São Paulo, o número de empreendedoras cresceu 11% de 2003 à 2013. Um dos motivos dessas mulheres escolherem trabalhar por conta própria é a maternidade, seja a dificuldade causada pelo preconceito nas entrevistas ou para poder acompanhar o crescimento dos filhos.

Aqui em Ribeirão Preto, duas mulheres escolheram o caminho do empreendedorismo para poder participar da criação e desenvolvimento de seus filhos, o que, segundo elas, seria impossível em um emprego formal.

Bordados

Nanie Aguirre, de 26 anos, decidiu empreender há dois anos, quando saiu do seu emprego no shopping para poder passar mais tempo com seu filho. "Eu passava seis horas com ele por dia", diz.

A empreendedora chegou a procurar outros empregos, mas nas entrevistas, acabava não sendo selecionada para a vaga por conta do filho seis anos. "Com quem fica seu filho?", "ele vai à escola?", "e se ele ficar doente?" eram algumas das perguntas que ela respondia aos entrevistadores. "Nesse momento, eu decidi que não queria mais passar por isso", comenta.

Nanie exibe sua camiseta bordada

Nanie, então, após um período fazendo doces, resolveu criar camisetas bordadas, que havia aprendido o método ainda criança."Eu fiz uma camiseta, postei nas rede sociais e uma amiga que gostou acabou comprando. Depois disso, comecei a criar várias para vender", afirma.

Com o dinheiro que consegue fazendo seus bordados artesanais, Nanie sustenta sua casa, onde mora com seu filho. Apesar das dificuldades, que são muitas, ela afirma que o mais importante é poder acompanhar o crescimento de seu filho, o que não seria possível em um emprego formal. "Agora eu consigo vê-lo crescer, acompanhar o desenvolvimento, levar pra escola", diz. Como empreendedora, tem tempo para criar seu filho, o que não daria se estivesse trabalhando oito horas por dia.

Salgadinhos vegetarianos

Alana Paiva Pieronti, escolheu fazer salgados e vender por conta própria logo que ficou grávida, há três anos. "Quando descobri que estava grávida, resolvi trabalhar em casa pra poder ter mais tempo para aproveitar o desenvolvimento de minha filha. Se eu estivesse em um emprego formal, perderia essa oportunidade", conta Alana. 

Alana e sua filha fazem os salgados para serem vendidos


Fotos: Amanda Bueno

Compartilhar: