Mapa da Economia de SP mostra potenciais, oportunidades e desafios de RP e região

Mapa da Economia de SP mostra potenciais, oportunidades e desafios de RP e região

O estudo paulista esclarece as atividades econômicas nos 25 municípios integrantes da Região Administrativa

A Desenvolve SP, instituição financeira do Governo de São Paulo, divulgou estudo inédito sobre as características econômicas de cada uma das 16 Regiões Administrativas (RAs) do Estado. O objetivo é possibilitar que as pessoas conheçam melhor as características específicas de suas regiões para que possam empreender com mais chances de sucesso.

O estudo identificou as potencialidades, desafios e oportunidades das 16 RAs, incluindo a de Ribeirão Preto, que também abrange as cidades de Altinópolis, Barrinha, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba, Guatapará, Jaboticabal, Jardinópolis, Luís Antônio, Monte Alto, Pitangueiras, Pontal, Pradópolis, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana, Sertãozinho e Taquaral.

A Região de Ribeirão Preto

O centro da cadeia industrial de Ribeirão é o agronegócio, com destaque para a fabricação de produtos alimentícios e máquinas e equipamentos. Além disso, a RA de Ribeirão Preto é um importante polo de desenvolvimento tecnológico do setor sucroalcooleiro, nas áreas de biotecnologia, energia limpa, novos materiais, ciência, tecnologia e inovação nos segmentos de serviços.

No campo de saúde e educação, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) se sobressai, com atividades como o Banco de Tecidos Humanos, que atende cirurgias ortopédicas de alta complexidade, como enxertos ósseos e correção de deformidades. Já no setor sucroalcooleiro, o destaque é a biofábrica de mudas pré-brotadas de cana do Instituto Agronômico de Campinas, e o Centro de Pesquisa Biotecnológico da América Latina para híbridos transgênicos.

A região possui, ainda, pontos fracos e fatores de risco – dentre eles, o estudo apontou a vulnerabilidade relacionada às mudanças cambiais, por exemplo, e as taxas de migração (diferença entre pessoas que chegam e que vão embora de um determinado local) negativas de seis municípios integrantes. Além disso, a força do ciclo econômico depende em grande escala da sazonalidade da agropecuária (período do ano em que as condições climáticas são favoráveis ao cultivo).

Outra revelação feita pelo Mapa da Economia Paulista é a relação direta entre inovação e a geração de empregos na região. "Ao olhar a distribuição de empregos formais na indústria local é possível identificar que as empresas que mais empregam são as dos segmentos de biocombustíveis e de alimentos, conhecidas por investirem constantemente em novos processos e tecnologias para agregar valor aos seus produtos", diz Nelson de Souza, presidente da Desenvolve SP.

De acordo com Luciano Nakabashi, professor doutor da Faculdade de Economia e Administração da USP de Ribeirão Preto, “a mão de obra para os setores mais fortes de Ribeirão é bem especializada, então na verdade, em alguns momentos pode até faltar essa mão de obra, dependendo da demanda”. O aumento da informalidade do mercado de trabalho no último ano também não é uma preocupação, neste caso. Para o professor, as chances de que o setor contrate profissionais informais é muito baixa, por conta da alta necessidade de especialização. “Pode até terceirizar, mas não contratar de maneira informal”, diz.

Os indicadores sociais da região também são mais elevados, com maiores taxas de escolaridade e circulação de renda. Segundo o estudo, 68,2% da população total reside em municípios com alta riqueza e média ou alta escolaridade. Além disso, a RA de Ribeirão Preto contém cinco Polos de Desenvolvimento do Estado (programa do Governo paulista que impulsiona a competitividade e a produtividade de setores já instalados de forma aglomerada no território): Saúde e Farma; Metal-Metalúrgico, Máquinas e Equipamentos; Biocombustíveis; Alimentos e Bebidas; e Tech (Agritech, Aeroespacial, Serviços Tecnológicos).

De olho nas oportunidades

Entre as oportunidades mapeadas pelo estudo na RA de Ribeirão Preto, está o surgimento de modelos de negócios especializados em áreas como a química, a borracha, o plástico e a farmacêutica. Estas iniciativas se contrapõem às fraquezas da região, como a produção industrial, que é concentrada em dois setores de baixa intensidade tecnológica: açúcar in natura e papel.

Para Luciano Nakabashi, as expectativas para Ribeirão em 2020 são boas. “Hoje os juros estão baixos, em torno de 4,5% ao ano, e a inflação também em 3,5 a 4% ao ano, o que se traduz em juros praticamente zero. A gente espera que isso impulsione a demanda a se recuperar, alavancando o crédito”. No caso de Ribeirão, que é uma cidade que vive de serviços, o crescimento é muito espelhado no Estado de São Paulo e no Brasil de forma geral.

“A região depende muito do setor sucroalcooleiro, mas ainda mais da taxa de juros e taxa de desemprego. Tem uma relação muito forte entre o desempenho do Estado e da cidade. Se tivermos políticas de saneamento das contas do município, investimentos e principalmente uma atenção à educação municipal, a cidade tem potencial de crescer igual ao país, ou mais. Como a gente espera uma recuperação e um crescimento mais vigoroso para o Brasil em 2020, o mesmo é esperado para a região. Se o Brasil começar a entrar numa roda de crescimento sustentável, o mesmo vai acontecer aqui”.

As informações completas sobre o estudo e a Região Administrativa de Ribeirão Preto estão disponíveis para consulta por meio do site da Desenvolve.


Foto: Ibraim Leão

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