Mercado de trabalho permanece em retração no primeiro semestre de 2016
Mercado de trabalho permanece em retração no primeiro semestre de 2016

Mercado de trabalho permanece em retração no primeiro semestre de 2016

De modo geral, no mês de junho de 2016 houve baixo desempenho em todos os setores, com destruição de postos de trabalho

Os dados de junho de 2016 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) demonstram dificuldade de recuperação do mercado de trabalho no primeiro semestre do ano no Brasil como um todo.

Como mostra o Boletim Mercado de Trabalho do CEPER Fundace, o cenário desfavorável se confirma em diversas regiões, incluindo os principais municípios do estado de São Paulo: Ribeirão Preto e Sertãozinho destroem vagas pelo 4º mês consecutivo. Entre as regiões analisadas, somente o município de Franca exibiu saldo positivo em junho de 2016.

De modo geral, no mês de junho de 2016, houve baixo desempenho em todos os setores, com destruição líquida de postos de trabalho, sendo serviços o setor de pior desempenho nas regiões. No entanto, em algumas localidades, como é o caso da região de Ribeirão Preto, a agropecuária destacou-se pelo elevado volume de contratações, especialmente devido ao Cultivo de Café, Atividades de Apoio à Agricultura, Cultivo de Laranja e Cultivo de Cana-De-Açúcar, que possuem caráter sazonal.

A agricultura também foi o único setor a criar no período de julho de 2015 a junho de 2016, tanto no Brasil, como estado de São Paulo, região administrativa de Ribeirão Preto e município de Ribeirão Preto, enquanto nos municípios de Sertãozinho, Campinas e São José do Rio Preto não houve criação de vagas em nenhum setor.

Em Ribeirão Preto

Ribeirão Preto também exibiu cenário desfavorável com destruição líquida de 679 vagas no mês de junho. O setor de Serviços foi o que apresentou o pior desempenho, com 378 demissões líquidas. Por outro lado, os setores que criaram vagas no período foram Agropecuária e Comércio, embora tenham contabilizado montantes pouco significantes (criação de 11 e 7 vagas líquidas, respectivamente).

No acumulado em doze meses, o quadro ainda é pior quando comparado aos doze meses imediatamente anteriores (6.359 demissões líquidas entre julho de 2015 e junho de 2016 e 4.341 demissões líquidas nos doze meses imediatamente anteriores). Os setores de maior importância no município, quais sejam, comércio, construção civil e serviços, são os maiores responsáveis pelo fechamento de vagas, sendo que o primeiro cortou mais de duas mil vagas ao longo dos últimos doze meses encerrados junho de 2016.

Segundo o responsável pela pesquisa, Dr. Sergio Naruhiko Sakurai, de forma geral, o mercado de trabalho segue apontando fraqueza. “Embora a agropecuária tenha se destacado por contratações nos últimos meses, sua baixa participação na força de trabalho faz com que não haja um impacto significativo no saldo total. De acordo com os dados do IBGE, a taxa de desemprego atingiu 11,1% no segundo trimestre de 2016, a maior da série histórica, iniciada em 2012. Um ano antes, a taxa de desemprego era de 8,3%”.


Foto: Michal Jarmoluk

Compartilhar: