Microcervejarias da região de Ribeirão Preto são as que mais empregam no Estado
Ribeirão Preto possui uma média de 4,17 funcionários por microcervejaria

Microcervejarias da região de Ribeirão Preto são as que mais empregam no Estado

Segundo pesquisa da Acirp, segmento no interior cresceu e se estabeleceu como um dos maiores de São Paulo nos últimos 10 anos

O mercado de microcervejarias no Brasil vem acumulando cada vez mais polos pelo País e o interior de São Paulo não escapa de sua influência. A região de Ribeirão Preto tem se tornado um centro importante para o segmento das cervejas artesanais.

Segundo pesquisa da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), a região possui a maior razão de estabelecimentos por 100.000 habitantes do interior e é a que mais emprega, em média, em todo o Estado de São Paulo.

“A 10 ou até 15 anos atrás, a gente praticamente não tinha esse tipo de negócio na cidade e, nesse curto período de tempo, começou o surgimento de diferentes empresas que atuam nesse ramo. Hoje, estamos nos tornando uma referência no mercado nacional de cervejas artesanais”, diz Gabriel Couto, economista da Acirp e responsável pela pesquisa.

De acordo com o levantamento realizado pela instituição, a geração de empregos diretamente ligados a microcervejarias em Ribeirão Preto aumentou 400% em 10 anos, com uma média de 4,17 funcionários por cervejaria. Além disso, a cidade concentra 0,45 pequenas cervejarias a cada 100.000 habitantes, número bem superior à segunda colocada, Campinas, que possui a razão de 0,27.

Gabriel Couto afirma que até 2015, as microcervejarias da região operavam com até nove funcionários, indicando alta eficiência e produtividade. “A região se destaca por possuir as microcervejarias que mais empregam, em média, no Estado”, completa o economista.

O maior desafio para as microcervejarias é a concorrência com as grandes empresas do ramo. Além da grande concentração do mercado nas maiores empresas, as microcervejarias ainda se deparam com um regime tributário menos favorável.

O Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) representam diversos dos obstáculos ao mercado.

“As microcervejarias pagam 11 vezes mais na cobrança do PIS por litro de cerveja produzida, aproximadamente 13 vezes na cobrança de COFINS, quase cinco vezes no ICMS da indústria e no IPI, além de recolherem 18 vezes mais ICMS relativo à substituição tributária por unidade vendida”, explica Gabriel.

Com o 3º lugar no consumo e na produção de cervejas no mundo, o Brasil ainda tem muito a evoluir no mercado de cervejas artesanais, pois sua participação não chega a 5% do mercado deste tipo de produto. “Apesar de ainda ter muito espaço a ser explorado, esse segmento tem um potencial de crescimento enorme na geração de empregos e lucros à economia do interior e nacional”, conclui o economista.


Foto: Rogerio Volgarine

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