Para driblar crise, Sertãozinho aposta na tecnologia

Para driblar crise, Sertãozinho aposta na tecnologia

Campus do IFSP do município é ampliado e tem expectativa por criação de novos cursos superiores

A expectativa dos empresários da indústria de máquinas e equipamentos é que 2016 seja o ano da virada devido à desvalorização do Real ante o dólar – que só agora mexerá com o preço dos produtos para exportação -, mesmo que as vendas para o exterior nos dois primeiros meses do ano tenham caído 9,3%.

Esse foi o único setor presente no agronegócio que viu as vendas caírem devido à crise econômica. Em 2015, Produto Interno Bruto (PIB) da Agricultura do Brasil foi de R$ 263,6 bilhões, aumento de 1,8% na comparação com o ano anterior, enquanto a economia nacional se retraiu em 3,8%.

Essa perspectiva fez até que a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) enviasse um ofício no fim do mês de março cobrando o Governo Federal por políticas para retomada da atividade econômica no País.

A crise que afeta o mercado, afeta outras áreas da sociedade, já que com ela a vem a queda na arrecadação de tributos, o que obriga o governo a realizar cortes em setores que vão desde a educação até a saúde.

Entretanto, para sair desta maré, mesmo com os cortes, como divulgado pelo governo na última semana, em que o Ministério da Educação (MEC) perderá R$ 4,2 bilhões – equivalente a 11% do orçamento -,  a pesquisa começa a ganhar destaque.

Em Sertãozinho, o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia (IFSP) ganhou um novo prédio, ampliando o campus do instituto, que oferece cursos superiores nas áreas de recursos humanos, química e engenharia mecânica.

O presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise BR), Paulo Gallo, acredita que o investimento em tecnologia vai preencher uma lacuna na região, mesmo considerando o investimento em ciência e tecnologia muito baixo no País.

“De modo geral, os recursos destinados à produção científica e à inovação no país ainda são muito tímidos. Os investimentos do IFSP visam preenchem essa lacuna”, diz Gallo, que explica que os cursos vão suprir a demanda por mão de obra qualificada, além do desenvolvimento de novas tecnologias, o que serve para atender às exigências do mercado e alinhando produtividade e eficiência na busca pela aumento da competitividade do setor, que passa por crise desde o início da década.

O investimento foi de R$ 10,7 milhões, para uma área construída de 6 mil m², para construção de salas de aulas, laboratórios, bibliotecas e salas administrativas, o que permite até a criação de novos cursos superiores ligados à engenharia elétrica, prevista para funcionar a partir de 2017, e o incremento das ações voltadas à pesquisa e inovação.

“Como educador, tenho a esperança que nosso público venha aceitar a educação como uma forma de crescimento profissional constante e independente de crises cíclicas e acíclicas. Todo indivíduo deve ter em mente que estar capacitado antes de uma crise é imprescindível para enfrentá-la quando ocorrer”, completa o diretor do campus, Lacyr João Sverzut.


Foto: Leonardo Santos

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