Para empresários da indústria, ‘2016 terminou’ e expectativa é por melhoria em 2017
Para empresários da indústria ‘2016 terminou’, e espera por melhoras em 2017

Para empresários da indústria, ‘2016 terminou’ e expectativa é por melhoria em 2017

Atividade da indústria paulista fecha o trimestre com queda de 2,3%; produção baixa tem impacto nas demissões do setor em Ribeirão e Sertãozinho

O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista fechou o terceiro trimestre do ano em queda de 2,3%, sem os efeitos sazonais, em relação ao trimestre anterior. Em setembro, a redução foi de 0,2%, se comparada ao resultado de agosto. Os dados são da pesquisa do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp (Depecon).

Segundo o diretor do Depecon, Paulo Francini, a manutenção do fraco desempenho do setor altera a projeção do INA para o ano de 2016, de 6,4% para 9,0% negativos. “O ano vai terminar pior para a indústria do que 2015. Talvez o PIB não caia tanto quanto no ano passado, mas o comportamento da indústria vai ser pior em 2016”, diz.

Ao lembrar que o INA registrou quedas significativas em 2014 (-6%) e 2015 (-6,2%), Francini afirma que o quadro da atual economia é recessivo e devastador, comum em países em guerra ou que sofreram por catástrofes naturais. “Dois anos de queda na economia só encontramos em 1930, não há situação paralela depois disto”, salientou.

Sobre expectativas para 2017, o diretor do Depecon afirma que não enxerga recuperação e lembra que fatores que estimulariam a demanda, como emprego e renda também estão em baixa, além do crédito, cada vez mais restritivo. “A economia brasileira está em uma trajetória difícil. Para nós, 2016 terminou. Agora é torcer para o final do ano chegar logo, criar novas esperanças e ir em frente”, conclui.

Influência nas demissões

Em setembro, o INA do setor de máquinas e materiais elétricos apresentou retração de 2,0%, se comparado ao mês anterior sem os efeitos sazonais. No Total de Vendas Reais a queda foi de 2,5%. O setor de máquinas é um dos principais da indústria de Sertãozinho, que em razão das vendas mais baixas, observou mais uma baixa nas vagas de trabalho no período.

De acordo com Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram demitidos 1.040 empregados da indústria, com apenas 805 admissões, totalizando 235 vagas extintas. Em Ribeirão Preto, foram 1.863 demissões, com 1.668 admissões, e 195 postos de emprego fechados.


Foto: David Alves/ Palácio Piratini

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