Redes sociais: 17% dos empréstimos são rejeitados pelo comportamento dos brasileiros na internet

Redes sociais: 17% dos empréstimos são rejeitados pelo comportamento dos brasileiros na internet

Segundo pesquisa, um em cada cinco consumidores brasileiros já viu limitado o acesso a serviços financeiros por causa de informações publicadas nas redes sociais.

Já são vários anos desde que a tecnologia para análise da vida digital dos consumidores começou a ser utilizada para avaliações das instituições financeiras no momento de outorgar um crédito. As primeiras companhias a utilizar este mecanismo foram as fintechs, instituições mais acostumadas com a aplicação de ferramentas tecnológicas no mercado financeiro. Esse sistema ainda continua a ser um processo desconhecido para a maioria das pessoas que, ainda assim, podem sofrer com os resultados dele.

De acordo com a pesquisa “Créditos sociais e segurança: adotando o mundo das avaliações”, desenvolvida pela empresa de cibersegurança Kaspersky, informação pessoal e hábitos de consumo compartilhados nas redes sociais também são fatores que influenciam a possibilidade de acessar a recursos financeiros.

Efetivamente, 17% dos consumidores brasileiros já enfrentaram dificuldades para obter empréstimos ou financiamentos devido à informação publicada nas redes. O relatório faz referência a um conceito bastante polêmico, mas bem conhecido nesta época: o social rating ou sistema de pontuação social. Trata-se de um sistema que trabalha com algoritmos automatizados destinados à categorização ou diferenciação das pessoas com base no seu comportamento e influência na internet.

É importante estar ciente da utilização desta ferramenta em relação à inclusão financeira, principalmente neste contexto econômico atual de crise, pois, ainda com empresas e famílias na procura de recursos para fechar as contas, as concessões de novos empréstimos continuam caindo (em maio a retração foi de 3,6%).

Aqueles que defendem a análise de crédito por redes sociais explicam que se trata de um processo que permite fazer o exame com maior rapidez e confirmando autenticidade dos dados mediante a procura de indícios, como por exemplo, o modelo de aparelho celular utilizado ou estilo de vida revelado nas redes.

Um dos problemas identificados pelos profissionais da Kaspersky é a carência de estrutura que facilite que as pessoas conheçam o sistema e os dados pessoais coletados de seus perfis online. Tratando se de um sistema de pontuação a cada vez mais usado, é essencial que os termos sejam transparentes e com simplicidade no acesso na informação por parte dos usuários. Os resultados da pesquisa demonstram que a maioria dos internautas está disposta a compartilhar os seus dados para conseguir descontos ou serviços especiais, sem saber que isso poderia acabar afetando-as no momento de escolher um crédito social em instituições financeiras.

Existe certa incoerência no comportamento daqueles que utilizam internet e principalmente as redes sociais, no que tem a ver com o compartilhamento de dados pessoais, marcada principalmente pela ignorância daquilo que realmente se está permitindo. É que 25% dos respondentes da pesquisa feita no Brasil respondeu não estar disposta a facilitar o acesso de sus perfis com o intuito de acelerar as verificações do histórico do cartão de crédito, apesar da maioria das pessoas não se importarem com o compartilhamento de dados no uso cotidiano do internet.


Foto: Divulgação

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