Ribeirãopretanos pagaram R$ 1 bilhão de impostos em 2018
Somente nos 25 primeiros dias de janeiro, já foram cerca de R$ 18 milhões em Ribeirão Preto

Ribeirãopretanos pagaram R$ 1 bilhão de impostos em 2018

Em média, cada habitante pagou R$ 1.459 equivalentes a tributos municipais, estaduais e federais no ano passado

Ribeirão Preto arrecadou R$ 1 bilhão em impostos no ano passado, segundo levantamento do Impostômetro. Somente nos 25 primeiros dias de janeiro, já foram cerca de R$ 18 milhões.

O sistema, mantido pela Associação Comercial de São Paulo em associação ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IPBT) considera todos os valores arrecadados pelas três esferas de governo em tributos: impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e correção monetária.

A arrecadação de Ribeirão Preto em 2018 foi equivalente a R$ 1.459 por habitante, em média. O Impostômetro também registrou uma alta de 11,7% em relação ao arrecadado em 2017, de R$ 906 milhões.

Carga pesada

Segundo Gabriel Couto, economista da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), a carga de impostos é pesada para a população e também para as empresas.  “A carga tributária leva à perda de eficiência na economia, de maneira geral, nos casos em que não se reflete em benefícios para a população. Além de retirar da atividade produtiva recursos que nem sempre se revertem em serviços públicos de qualidade, a complexidade do sistema tributário leva empresas e consumidores a gastarem tempo e recursos com atividades burocráticas, que poderiam ser melhor alocados caso este sistema fosse mais simples”, diz.

Ainda de acordo com ele, a alta na arrecadação é explicada pelo ritmo da economia. “Devemos considerar que o ritmo lento de 2018 ainda representou expansão em relação ao ano anterior, o que tende a elevar a arrecadação nessa base de comparação. Outro ponto é que este dado é medido em termos nominais, ou seja, sem descontar a inflação. A inflação é algo natural da economia e, por mais que seja baixa, ainda leva a alta nos preços, o que acaba puxando a arrecadação para cima também, em termos nominais”, explica.

Para Couto, o principal problema do peso dos impostos é que nem sempre as contrapartidas oferecidas pelo poder público compensam esse alto custo, “com a infraestrutura e serviços aquém do ideal, por exemplo.”

Sem retorno

O contador e presidente do IBPT, João Olenike, diz que o peso para os brasileiros é dobrado. “A arrecadação de impostos é alta e, infelizmente, o retorno para a sociedade é pífio. Isso faz com que os brasileiros tenham de pagar ainda por serviços particulares -ou seja, em dobro- como ensino privado, cercas elétricas, guardiões nas esquinas de casa, planos de saúde, pedágios, etc.”, ressalta.

Segundo o especialista, a única saída para a população é exigir a correta aplicação do dinheiro. “Nós temos, como contribuintes, o direito e o dever de verificar os documentos fiscais, tomar conhecimento da alta carga de tributos que os governos estão arrecadando e fazer exigir nossos direitos da correta aplicação desses recursos em serviços públicos de qualidade”, conclui Olenike.

Levantamento do instituto mostra que, no ano passado, o brasileiro trabalhou 153 dias para pagar impostos.

 


Foto: Pixabay

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