Supermercados têm o pior faturamento desde 2006

Supermercados têm o pior faturamento desde 2006

Queda foi 1,09%, mesmo após crescimento registrado em outubro

O faturamento dos supermercados no Estado de São Paulo caiu 1,09% entre janeiro e outubro de 2015, de acordo com a Associação Paulista de Supermercados (Apas). Em compensação, o décimo mês do ano apresentou recuperação comparado com setembro.

Em outubro, a alta foi de 3,47% comparado com o ano anterior. Em comparação com setembro deste ano, retraiu 7,80%. A associação aponta que a queda nas vendas se dá em razão da piora da economia, do aumento do desemprego, da redução da renda e também da inflação elevada, que reduz o poder de compra do consumidor e resulta em um menor volume de vendas no setor.

"O desempenho das vendas deve ser o pior desde 2006 e o agravante é que as margens estão cada vez mais reduzidas diante das altas dos custos e despesas, como energia elétrica e impostos, impactando o resultado dos supermercados", afirma o gerente de economia e pesquisa da Apas, Rodrigo Mariano.

Inflação

Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 1,01%. Desde 2002, quando atingiu 3,02%, não havia registro de IPCA mais alto num mês de novembro. Com o acumulado no ano em 9,62%, bem acima dos 5,58% de igual período de 2014, constitui-se no mais elevado acumulado com referência ao período de janeiro a novembro desde 2002, que ficou em 10,22%.

Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 10,48%, resultado superior aos 9,93% dos 12 meses imediatamente anteriores. Considerando o índice acumulado em períodos de 12 meses, desde novembro de 2003 (11,02%) não havia registro de taxa maior do que os 10,48% deste mês.

O economista da Apas ressalta que mesmo diante de um cenário de queda no Produto Interno Bruto para este ano na ordem de 1,7% e de retração no comércio varejista de maneira mais expressiva, o setor deve registrar queda de, aproximadamente, 1% em 2015.

"O setor é um dos que, mesmo diante da crise econômica, tem buscado alternativas para que o desempenho seja revertido dia a dia com uma intensa negociação e realização de parceria junto à indústria, a fim de proporcionar preços mais competitivos ao consumidor", destaca.

Foto: Marcelo Camargo/ABr

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