Tensão entre Irã e EUA pode elevar o preço do combustível em Ribeirão Preto
Dados são da Central de Monitoramento do Núcleo Postos Ribeirão Preto
A Central de Monitoramento do Núcleo Postos Ribeirão Preto comunica que nos próximos dias poderá ocorrer um novo aumento no preço do etanol e da gasolina nas bombas dos postos revendedores da cidade e afetar o preço final para o consumidor. Um dos motivos, seria a tensão entre Estados Unidos e Irã.
O Núcleo Postos é uma iniciativa que reúne 85 postos de combustíveis de Ribeirão Preto, o equivalente a 50% do mercado local.
As altas deverão ser entre 5 e 7%, valor praticado desde esta terça-feira, 7, pelas distribuidoras aos postos de combustíveis. O aumento da gasolina também se deve à tensão entre Irã e Estados Unidos, já que o mercado internacional está apreensivo e o preço de distribuição da Petrobras já reflete essa situação.
“As bolsas de valores estão registrando queda e o dólar está subindo. Como o país islâmico é um grande produtor e exportador de petróleo, o preço do barril está aumentando”, explica Fernando Roca, membro do Grupo.
Já o etanol, está sofrendo reajustes por causa da entressafra, pois as unidades produtoras não estão produzindo o hidratado. Segundo dados do Centro de Pesquisas Econômicas (CEPEA) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), vinculada à Universidade de São Paulo (USP), a última alta do combustível foi de 1,46% na última semana, em comparação com o período de 23 a 27 de dezembro de 2019.
Para Roca, o impacto nas bombas será semelhante ao valor praticado pelas distribuidoras aos revendedores (donos de postos). “O novo valor deverá ser implantado com a renovação dos estoques”, finaliza.
Guerra nos preços
No início de dezembro, membros do Núcleo Postos protocolaram uma denúncia no Ministério Público Federal contra duas redes varejistas que comercializam combustíveis na cidade.
Na denúncia, os empresários alegam possíveis violações praticadas por revendas de combustíveis ao consumidor final. O processo será distribuído a um dos promotores do MP em breve.
“Os estabelecimentos vêm, de forma rotineira, no exercício da posição dominante abusando do poder econômico para vender combustíveis abaixo do preço de custo, o que viola as leis anticoncorrênciais”, informou a nota do Núcleo.
À época o Carrefour informou que repudia a prática de preços predatórios e defende "a livre concorrência oferecendo preço, qualidade e confiança para seus consumidores através de seu modelo de negócio e eficiência operacional".
A rede de hipermercados preferiu não informar, por questões estratégicas, qual é a margem de lucro sobre o combustível. Já a outra rede de supermercados preferiu não se posicionar sobre a denúncia.
O judiciário retornou do recesso de final de ano no início desta semana. A denúncia será avaliada por um promotor.
Foto: Pixabay (Imagem ilustrativa)