
Venezuelano encontra em Ribeirão Preto um lugar para sair da crise
Há seis meses no Brasil, Wilmer já conseguiu emprego e espera fincar raízes no município
Em meio à crise social que a Venezuela passa, Wilmer Cordero decidiu deixar o país e tentar a sorte no Brasil. Primeiro, foi para Boa Vista, capital de Roraima, caminho feito por muitos venezuelanos que tentam fugir das dificuldades encontradas no País vizinho. Depois, aportou em Ribeirão Preto, onde está há quatro meses e tem conseguido conquistar seu espaço.
Wilmer está no Brasil há exatos seis meses, e veio para cá com um visto de residência temporária por dois anos – medida que foi aprovada em 2017 pelo Conselho Nacional de Imigração para facilitar o acolhimento de estrangeiros. Veio sozinho, e nunca tinha ouvido falar em Ribeirão Preto.
“Nunca tinha ouvido nada sobre Ribeirão Preto. Aí, pesquisei na internet e vi que é uma cidade boa para trabalhar, estudar e viver, e quando eu cheguei aqui, gostei muito das pessoas, são boas, amigáveis e me receberam muito bem”, comentou o venezuelano, que conseguiu emprego em uma empresa do município.
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Ele conta que a principal diferença que encontrou no Brasil, além do idioma, não foi o calor – afinal, ele vem de Caracas, cidade bastante quente, também – e sim, a situação econômica do País, que embora esteja saindo de uma recessão, para Wilmer, está melhor do que na Venezuela.
“A diferença, além da língua, é econômica. Na Venezuela está bastante ruim. Mesmo aqui, que está passando por uma crise econômica, está muito melhor do que lá. Ainda podemos sair, fazer compras no supermercado, fazer alguma coisa com o salário mínimo. Eu acredito que essa foi a maior diferença”, relatou.
O venezuelano conta que quer ficar no Brasil e estudar mais a Língua Portuguesa – a qual ele fala e escreve bem – e conhecer outras regiões do País. “Eu quero ficar por mais tempo, porque estou gostando muito, quero aprender mais o português e gosto muito do trabalho. Quero conhecer mais o país, e permanecer. Não acredito que vou para Venezuela por um bom tempo”, diz Wilmer, que está distante da família, além de amigos, que ele conta que também deixaram a Venezuela.
Em Ribeirão Preto, para não ficar sozinho, ele sai com novos colegas de trabalho, além de outros estrangeiros que conheceu na cidade. Os locais preferidos são bares e shoppings centers.
“Fizemos uma amizade e saímos sempre para fazer troca de cultura, e vamos para bares aqui de Ribeirão, porque gostamos de compartilhar nossas histórias e estamos longe da família, e aqui, estamos formando uma nova família”, relatou.
Pra ver “Guerra”
Além de se encontrar com amigos, ele também foi ao Estádio Santa Cruz, para assistir Botafogo e Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. Na equipe da Capital, joga o venezuelano Alejandro Guerra, jogador conhecido por Wilmer, que prefere o beisebol – esporte mais popular na Venezuela.
Na ocasião, Guerra não chegou a entrar em campo, mas a experiência o marcou. “Um amigo meu é palmeirense e me levou para acompanhar, e fui torcer com ele, eu gostei da experiência”, disse Wilmer, que ainda espera conhecer mais lugares na nova casa.
Foto: divulgação