Caem as ofertas de bolsa de iniciação científica nas universidades
A partir de 2017, quantidade de bolsas para pesquisa pelo CNPq deve ser 20% menor
A estudante da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, Julia Mica, tem notado diferenças no conteúdo que recebe no e-mail. Em vez das tradicionais ofertas de bolsas científicas de pesquisa, cresceu a quantidade de bolsas de intercâmbio pagas por instituições privadas.
Esse é mais um dos efeitos da crise econômica do País, que obrigou ao Governo Federal, desde o ano passado, portanto ainda com Dilma Rousseff (PT), a diminuir os aportes da educação e ciência – cerca de R$ 4 bilhões -, setores que têm sofrido severamente com a crise. No último domingo, 8, O Estado de São Paulo apontou que as ofertas de bolsas de pesquisa de iniciação científica para 2017 diminuíram 20% - serão disponibilizadas 26.169 bolsas.
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De acordo com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi necessária a diminuição na quantidade de bolsas, em razão da diminuição do orçamento no próximo ano, o que afetou as bolsas, mas ainda afirma, que, caso ocorra incremento no orçamento, novas oportunidades poderão surgir.
Julia lamenta a situação, pois, para ela, isso impacta negativamente na graduação e na formação do profissional. “A falta de vínculo direto com instituições públicas de ensino e pesquisa afeta diretamente na qualidade do ‘conhecimento’ ou informações produzidas. O maior risco que tal cenário oferece para a produção cientifica é o de ‘venda’ ou até de manipulação dos resultados conforme for conveniente ao órgão privado que paga a bolsa de pesquisa”, aponta.
Já a Sociedade Brasileira de Progresso da Ciência (SBPC) aponta que o corte de recursos é um equívoco, pois é preciso continuar investindo na ciência para resultados em longo prazo, e reforçou que os governos devem apoiar a “inovação também, mas, antes de tudo, a base científica”.
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
