Ensino remoto durante a pandemia ganha aceitação na rede particular

Ensino remoto durante a pandemia ganha aceitação na rede particular

Pesquisa feita com 137 mil famílias mostra que aprovação do ensino virtual é de 82%

O ensino à distância em decorrência da pandemia do novo coronavírus é aprovado por  82% dos alunos da rede privada de ensino do Brasil. O dado faz parte de uma pesquisa realizada pelo Escolas Exponenciais, uma empresa de pesquisa e apoio estratégico para instituições de ensino. O estudo envolveu 137 mil famílias e 12 mil professores de escolas privadas de todo o País.

Quando perguntados sobre a qualidade das aulas online, a nota média dada pelos pais é 8 e, para a qualidade da comunicação entre escolas e pais, foi de 8,6. As ações tomadas pelas escolas particulares durante a pandemia também estreitaram a relação com as famílias. O estudo revelou que 42,4% dos pais disseram que seu relacionamento com a gestão da escola sai fortalecido e 48,5% relataram que a proximidade permanece a mesma. Apenas 9,1% dos pesquisados responderam que o laço com a escola se enfraqueceu no período.

Para Vahid Sherafat, CEO do Escolas Exponenciais, os números mostram que, apesar de todas as instituições de ensino terem sido afetadas pela pandemia, por enquanto, a maioria delas têm sido bem sucedidas nas estratégias que colocaram em prática neste momento de crise.

“No meio do caos por conta da pandemia que acometeu todos os segmentos da economia mundial, não há fórmulas mágicas para se sair totalmente ileso. De alguma forma, o ensino acaba impactado. Observamos que as escolas que se deram bem em reverter este impacto foram as que se mostraram flexíveis para abraçar o mundo digital com maior natividade e rapidez”, comenta.

Contudo, prossegue Sherafat, houve casos de escolas que precisaram se adaptar às pressas ao novo cenário. “Nossa análise é que, ao mesmo tempo em que este foi um momento extremamente desafiador para todas as escolas do Brasil, já que ninguém fazia ideia do período pelo qual precisaríamos atravessar, ele trouxe um estímulo extra para a inovação e para a transformação digital das escolas de uma forma mais proativa”, acrescenta.

Se por um lado os laços entre escolas e pais ficaram fortalecidos, a pesquisa mostra uma queda na renda das famílias, o que pode trazer um impacto para o ensino privado: 71% dos respondentes tiveram redução salarial durante a pandemia. Isso reflete também no crescimento do número de pais que pretendem trocar os filhos de escola. Se antes do início da quarentena esta era a intenção de 8,4% dos pais, atualmente 19,7% pensam em mudar seus filhos de escola - sendo que 52,2% o fariam por motivos financeiros.

Trabalho aumentou para os professores

O estudo também investigou como a pandemia foi percebida pelos professores da rede privada de ensino. Segundo 86% dos respondentes, o volume de trabalho aumentou. Para 11% permaneceu o mesmo e, para 3%, diminuiu.

Um fator capaz de explicar esta porcentagem expressiva no número de professores que sentiu aumento de carga horária foi a parcela que relatou possuir pouco ou nenhum conhecimento das ferramentas necessárias para as aulas online (70,3% e 9,2%, respectivamente), contra 20,5% que disseram ter muito conhecimento.

No entanto, os números mostram também que uma quantidade considerável já se preparava para tempos mais atribulados: 38,2% se disseram confortáveis com este aumento na carga de trabalho; 34,5% expressaram estarem neutros e, 27,3%, desconfortáveis.

Novamente, em contrapartida, outro ponto negativo é que 26% deles relataram ter sofrido redução salarial e 44% disseram temer acabar perdendo o emprego por conta da crise, alcançando o maior nível (56%) entre os profissionais da educação infantil.

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Foto: Pixabay (Imagem ilustrativa)

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