Alunos mantêm ocupação após suspensão da reorganização

Alunos mantêm ocupação após suspensão da reorganização

Estudantes da escolas acreditam que a atitude do Estado é uma jogada para desmobilizar o movimento estudantil

Um dia após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) suspender a reorganização do sistema estadual de ensino, estudantes do E.E. Otoniel Mota mantêm a ocupação da escola, neste sábado, 5. Os alunos disseram que só deixarão o prédio quando a reorganização for definitivamente cancelada, já que eles acreditam que a atitude de Alckmin é para desmobilizar o movimento estudantil.

Eles estão na escola desde terça-feira, 1º de dezembro, em apoio às escolas que passariam pelo processo de reorganização, que previa inclusive o fechamento de 93 unidades de ensino.

Os estudantes também disseram que a demissão do secretário de Educação do Estado, Herman Voorwald, é uma vitória do movimento estudantil, mas que ainda é preciso ser criado um canal de diálogo entre o Estado e os alunos, já que eles consideram que as ações nas escolas são tomadas sem discussão.

Porém, eles afirmam que só irão sair da escola caso haja consenso entre estudantes de todo Estado, já que acreditam que o movimento contra a reorganização é orgânico, e não deve ter interferência de terceiros, incluindo outros movimentos sociais, e sim dos alunos que têm contato no dia a dia com a vida escolar.

Suspensão da reorganização

Na sexta-feira, 4, Geraldo Alckmin anunciou a suspensão da reorganização das escolas, que afetaria mais de 300 mil estudantes. O governador disse que procurará diálogo com as escolas para poder definir um novo projeto. Isso ocorreu um dia após divulgação pelo Datafolha de pesquisa de popularidade do governador, que registrou o pior resultado de Alckmin, de 28% de aprovação.

Em virtude da suspensão da reorganização, o secretário de Educação pediu a exoneração do cargo. Durante a semana, estudantes protestaram nas ruas da Capital do Estado, e sofreram com a repressão da Polícia Militar, isso após a divulgação pelo coletivo Jornalistas Livres de um áudio no qual o chefe de gabinete de Voorwald, Fernando Padula, ter dito que o Estado entraria em guerra contra os estudantes que participam das ocupações em mais de 200 escolas.

Foto: Leonardo Santos

 

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