Governo estadual recua e vai oferecer livros impressos aos alunos
Foto: Freepik (Ilustrativa)

Governo estadual recua e vai oferecer livros impressos aos alunos

Após pressão nas redes e por parte de deputados, dentre eles Carlos Giannazi, Tarcísio decide aderir ao material didático do PNL

Depois de muita pressão por parte dos paulistas e de alguns deputados, o governo do estado de São Paulo voltou atrás na decisão de ter apenas livros digitais nas escolas a partir de 2024. Esta seria uma atitude inédita e deixaria o estado fora do Programa Nacional do Livro (PNL) durante seus 80 anos de existência. 


 

Após a repercussão negativa, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que vai ofertar aos alunos o livro na versão impressa e digital, deixando a critério do aluno escolher qual utilizar. A decisão de utilizar material 100% digital se originou depois de o Secretário de Educação Estadual, Renato Feder, afirmar que o estado possui material didático próprio e que isso manteria a coerência pedagógica. 


 

Após o anúncio, o Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou um procedimento para apurar a decisão após solicitação do deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL). Segundo o deputado, pode haver conflito de interesses, já que o secretário é sócio fundador da Multilaser e a mesma tem contrato com o governo. 


 

No ofício enviado pelo deputado ao Procurador Geral do Estado de São Paulo, Doutor Mário Luiz Saburro, ele destaca que "A apontada finalidade da Secretaria - de substituir livros impressos por material digital vai na contramão de vários estudos, que apontam a menor retenção de aprendizado, amplia o uso de tela na infância e adolescência (causador de muitos transtornos de ansiedade) e outros tantos pelo uso excessivo da tecnologia". 


 

Além disso, Giannazi pontua que países considerados de primeiro mundo que estavam adotando apenas livros digitais, têm recuado na decisão e ofertado livros físicos aos seus alunos, em decorrência das quedas drásticas nos exames educacionais internacionais. A exemplo disso temos a Suécia, onde os alunos passaram a ler menos e apresentaram mais dificuldades de compreensão após a implementação do sistema digital. 


 

Outro ponto destacado pelo deputado estadual do PSOL é que, para a realidade paulista, também é necessário considerar a falta de estrutura da rede de educação em diversos pontos do território. E que há, ainda, a dificuldade dos pais de acompanhar de perto a vida discente de seus filhos pela via virtual, como ficou provado no período da pandemia.


 

Para defender que os livros didáticos físicos sejam mantidos, Carlos Giannazi realizará hoje, 7 de agosto, às 19h, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), uma audiência pública contra a sabotagem do governo de São Paulo ao PNLD. Haverá também transmissão pelo canal oficial do deputado no YouTube.

 

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