Greve de professores completa três meses

Greve de professores completa três meses

Desde o dia 13 de março, professores da rede estadual estão paralisados aguardando reajuste; adesão, no entanto é baixa, principalmente no interior

A greve de professores da rede estadual de ensino completa três meses neste sábado, dia 13. Entre as reinvindicações dos docentes estão a equiparação dos salários com o de outras categorias com ensino superior, conversão de bônus de reajuste salarial anual e garantia de condições adequadas em todas as escolas.

Desde que a greve foi decretada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), no dia 13 março, o professor Rofs Cecílio Justino, que trabalha em Cajuru, viaja todos os dias para Ribeirão Preto para se posicionar sobre a situação.

“Entendo que ficar de greve é fazer greve, fazer a luta. Não dá para ficar em casa”, afirmou durante protesto em frente a uma escola estadual no Centro de Ribeirão Preto. Ele e o também professor Roberto Tofoli, da mesma cidade, fazem parte do conselho do sindicato, e se manifestaram com a boca tapada com fita adesiva e o cartaz lembrando a “idade” da greve, contra os cinco anos sem reajustes que a categoria está passando.

Governo nega

O governo estadual nega a inexistência de reajuste e aponta que as correções ocorreram e serão aplicadas novamente. "A exemplo do que fizemos em 2011, com aumento acumulativo de 45% em quatro anos, já acordamos com todas as entidades sindicais do magistério que a data-base e o percentual de ampliação dos vencimentos será definido após análise do cenário econômico e da arrecadação registrados no semestre", disse o secretário da Educação, professor Herman Voorwald.

O professores dizem que vão continuar enquanto o governador se recusar a conversar com a categoria. “Estamos em greve não só pelo salário, mas pela condição de trabalho dos professores”, disse Tofoli. A Secretaria Estadual da Educação garante que pelo menos sete reuniões de negociações já foram realizadas.

Baixa adesão

Entretanto, apenas 5% dos profissionais aderiram a greve no Estado de São Paulo, de acordo com números do governo estadual. Na semana passada, o Governador Geraldo Alckmin falou que em julho avaliará a possibilidade de reajuste para os professores.

“A educação tem seis sindicatos, e só um decretou greve. Os alunos estão tendo aula, os professores estão dando aula. A greve é mínima”, disse o governador.

Há cerca de um mês, Mauro da Silva Inácio, diretor regional da Apeoesp, admitiu que a greve tem baixa adesão, principalmente no interior, onde chega, segundo ele, a 10%. Na tarde desta sexta-feira, dia 12, acontece nova assembleia geral da categoria, em São Paulo, com a participação de grevistas de Ribeirão Preto.

Revide Online
Leonardo Santos (colaborador)
Foto: Leonardo Santos e Arquivo Revide

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