Manifestação em defesa da educação ocupa Calçadão de Ribeirão Preto
Ato foi realizado na tarde desta quinta-feira, 30, e contou com estudantes, professores, pesquisadores e representantes políticos
Manifestantes se reuniram no cruzamento das ruas Álvares Cabral com a General Osório, no calçadão de Ribeirão Preto, na tarde desta quinta-feira, 30, para o segundo ato em defesa da educação no País. O primeiro foi realizado no dia 15 de maio.
Estudantes, professores, pesquisadores de instituições superiores de ensino da cidade, além de líderes políticos e demais apoiadores, protestaram contra o anúncio do Ministério da Educação de contingenciamento de 30% nas despesas discricionárias das universidades federais.
A psicóloga Mariana Viviani explica que, apesar de realizar residência multiprofissional pela Universidade de São Paulo (USP), o contingenciamento de verbas federais também pode afetar estudantes e pesquisadores da esfera estadual. “A residência é financiada pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Educação. Por isso, tememos que os cortes de verba possam chegar à residência”, explica Mariana.
Na residência multiprofissional, os estudantes precisam atuar nos três níveis de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS): primário, que são os postos de saúde; o secundário, com as unidades de pronto atendimento (UPAs); e o terciário, no qual se encontram os hospitais de grande porte, como o dos Clínicas.
Para expor a importância do trabalho realizado pelos residentes, eles estenderam no calçadão um varal com diversos banners contendo relatos de experiências elaboradas pelos profissionais. Todos os cartazes continham experimentos aplicados em postos de saúde.
Além dos pesquisadores e residentes já graduados, alunos de diversos cursos também estavam presentes na manifestação. Um grupo formado por estudantes de pedagogia, expôs, em frente à Cervejaria Pinguim, um apanhado de atividades, jogos, pesquisas e textos utilizados no curso e nos estágios.
Segundo a estudante Beatriz Borges de Carvalho, a exposição tem o intuito de mostrar a importância do curso de pedagogia na formação das crianças. "No estágio nós vemos como o aprendizado é concebido. E, a partir dele, produzimos conhecimento. Quem ensina, aprende", comenta a estudante.
Apoio
Além dos estudantes, outros grupos também aderiram ao movimento. Membros da Torcida Antifascista do Botafogo de Ribeirão Preto também estiveram presente. Segundo o professor de história Rafael Faria, que faz parte da organizada, a torcida “Antifa” apoia todo e qualquer movimento que pede pela ampliação de investimentos na educação.
“Todos as torcidas organizadas de futebol no mundo têm uma torcida Antifa. Nós prezamos pela boa convivência nos estádios, paz, igualdade e liberdade de expressão. E entendemos que a nossa pauta está vinculada às causas populares e dos trabalhadores", explica Faria.
Para o professor, a falta de investimentos na educação não afeta somente os profissionais que estão diretamente ligados à ela, mas também, todo o desenvolvimento científico, da nação.
Grupos ligados à partidos políticos também marcaram presença na manifestação. Bandeiras do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) podiam ser vistas na multidão.
Após discursar para os manifestantes, Fernando Tremura, presidente do PT em Ribeirão Preto e do Sindicato dos Trabalhadores da USP, declarou que a educação é o único setor do País no qual não se devem tolerar cortes.
"Educação não é gasto, é investimento. É um setor que necessita, na verdade, de ampliação de recursos. Se você diminui o valor repassado para educação, como consequência, irá afetar outros setores como a pesquisa e tecnologia", argumentou Tremura.
Leia mais:
Manifestantes vão às ruas de Ribeirão Preto a favor de Bolsonaro
Fotos: Luan Porto
