Manifestações e paralisações estudantis prosseguem na USP
Estudantes estão em greve desde o dia 21 de setembro e realizaram passeata na última terça
Em greve desde a última quinta-feira, 21 de setembro, estudantes da USP mantêm atividades e paralisações. Na terça-feira, dia 26 de setembro, reuniram-se em passeata que teve início na portaria principal da Cidade Universitária, no bairro do Butantã, na zona oeste da capital, e foi até o Largo da Batata, em Pinheiros. “Foi um ato histórico, com duas mil pessoas”, estima Davi Barbosa Bonfim, aluno de Ciências Sociais da FFLCH e diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Livre da USP.
O último levantamento da reitoria aponta que 11,1% das unidades de ensino e pesquisa estão totalmente paralisadas, 35,6% desenvolvem parcialmente suas atividades e 53,5% não foram afetadas e continuam com sua programação normal. De todas as escolas, 22,2% relataram que têm algum tipo de bloqueio físico de acesso. Entre as unidades paralisadas estão a Escola Politécnica (Poli) da USP, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), a Faculdade de Direito (FD) e a Escola de Comunicações e Artes (ECA).
Segundo comunicado do comando de greve do curso de Letras da FFLCH enviado ao Jornal da USP, “outros institutos que historicamente não entravam em greve, aderiram à greve geral nesta semana”.
Negociação direta
Em reunião com a reitoria nesta quinta, 28 de setembro, 11 representantes dos estudantes apresentaram 12 reivindicações, distribuídas em cinco eixos: contratação de docentes; permanência; Escola de Artes, Ciências e Humanidades (USP Leste); acesso indígena à USP; e democracia universitária. O diretor do DCE, presente na reunião, considera que “a reitoria ainda não apresentou nenhuma medida estrutural que atenda às reivindicações da greve”.
Em entrevista ao Jornal da USP, publicada na edição de 27 de setembro, a vice-reitora Maria Arminda do Nascimento Arruda disse que a reitoria está aberta ao diálogo e destaca que concursos para professores têm sido abertos desde o início dessa gestão. “Vamos contratar 879 novos professores”, diz ela.
Em relação à permanência estudantil, segundo dados da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), foram distribuídos, neste ano, 15 mil auxílios incluindo, pela primeira vez, alunos de pós-graduação. Os investimentos na área tiveram aumento de 58%. O valor do auxílio passou de R$ 500 para R$ 800. Além desse valor, os beneficiados com vaga no Conjunto Residencial da USP (Crusp) passaram a receber auxílio adicional de R$ 300. Os auxílios têm vigência durante todo o curso, e todos os alunos contemplados têm direito à gratuidade nos restaurantes universitários.
Com informações do Jornal da USP
George Campos/USP