Ocupação no Otoniel Mota segue até assembleia estadual
Estudantes esperam por decisão consensual de diversas ocupações pelo Estado
Em assembleia entre estudantes realizada nesta quarta-feira, 9, os estudantes que ocupam a E.E. Otoniel Mota decidiram que a decisão pela permanência no prédio ou desocupação da escola ocorrerá de maneira conjunta com outras escolas do Estado de São Paulo.
Os alunos do Otoniel acreditam que a suspensão da reorganização, anunciada na sexta-feira, 4, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) – que inclusive, gerou a demissão do Secretário Estadual de Educação Herman Voorwald – é uma tática do governo para desestabilizar o movimento, que pede mais participação dos estudantes nas tomadas de decisão envolvendo a educação. O próximo ato de estudantes de todo Estado deve acontecer na próxima semana.
A ocupação na escola, que vem desde o dia 1º de dezembro, é em solidariedade às unidades que seriam fechadas pela reorganização, e pelos mais de 300 mil estudantes que seriam afetados pela medida, já que o Otoniel não estava incluso no processo de mudanças para 2016.
Em texto publicado pelos alunos da escola no Facebook, eles pedem mais proximidade entre “escola e estudante”. “Nós, alunos, estamos e sempre estivemos abertos a oportunidades de debater e dialogar com a diretoria que, por sua vez, nunca quis nos ouvir; e nas poucas vezes que nos ouviram, não passou de uma conversa superficial”, afirmaram.
Na Capital, repressão da PM
Também nesta quarta-feira, 9, em ato realizado em São Paulo que pediu a melhora na educação do sistema de ensino estadual, a Polícia Militar (PM) utilizou bombas de gás lacrimogêneo durante confronto, por volta das 21h, com os manifestantes. O grupo se reuniu no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e contou com integrantes da ocupação do Otoniel Mota, que foram à capital ter contato com estudantes de outras ocupações no Estado. A confusão durou até cerca das 22h.
Os estudantes pedem salas menos lotadas, maior salário para os professores, melhor infraestrutura nas escolas e participação democrática da comunidade nas decisões escolares. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que “foi absolutamente necessária a intervenção da PM ao final do protesto dos estudantes e demais movimentos, após diversos manifestantes iniciarem depredação ao patrimônio público, agressões contra policiais, com pedras, paus e rojões”, enquanto a polícia utilizava bombas e balas de borracha. A SSP também considera que a manifestação desta quarta-feira “deixou clara a motivação política”.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil