Problemas da educação são discutidos em audiência pública
Uso e tráfico de drogas, evasão, merenda inadequada, marco regulatório e PME foram discutidos em audiência pública na tarde desta sexta-feira, 20
“Enquanto alunos de 8 e 9 anos de idade levarem pacote de maconha na mochila, um aluno do 5º ano dizer que prefere ser traficante a estudar, e uma mãe de três filhos que são abusados pelo padrasto prefere ficar com o homem que com os filhos, não podemos falar em atividades lúdicas e gestão democrática da educação”.
O desabafo foi de Deborah Ackermann, diretora de uma escola municipal de Cravinhos, durante uma audiência pública do Grupo de Atuação Especial de Educação do Ministério Público de São Paulo (GEDUC) Núcleo Ribeirão Preto, na tarde desta sexta-feira, 20, no auditório Meira Júnior do Theatro Pedro II, que discutiu vários temas, como a Universalização do Ensino Infantil, o Financiamento da Educação, os Planos Municipais de Educação (PMEs), Controle Social da Educação.
Na reunião, com o auditório lotado e sob a coordenação do promotor de Justiça Marcelo Pedroso Goulart, muitas foram as discussões sobre a falta de estrutura, de financiamento e até da falta do PME, como é o caso de Ribeirão Preto.
E o desabafo da diretora foi exatamente porque muito se falou em gestão democrática da educação, atividades lúdicas, mas também com experiências de professores que enfrentam situação adversas em suas escolas, notadamente nas periferias.
“O que acontece é que cada um fala uma língua. A educação fala uma língua, a assistência social fala outra, o Executivo outro e o Ministério Público, outra. A educação fica prensada no meio. Estamos pedindo ajuda. Talvez a elaboração de uma lei, talvez”, disse Deborah.
O promotor Marcelo Goulart coletou sugestões e dirigiu o debate entre os participantes, assim como discutiu saídas para a aprovação do PME de Ribeirão Preto, que pode ter nova audiência pública, na Câmara Municipal, por sugestão do secretário municipal da Educação, Ângelo Invernizzi Lopes.
Fotos: Ibraim Leão
