Professor da USP escreve livro sobre Portugal no início das grandes navegações
Professor da USP escreve livro sobre Portugal no início das grandes navegações

Professor da USP escreve livro sobre Portugal no início das grandes navegações

Obra mostra como foram introduzidos costumes na cultura portuguesa a partir do convívio com as colônias e a escravidão

O professor de economia na Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, Lélio Luiz de Oliveira, resolveu escrever um livro sobre a vida em Portugal após o início das grandes navegações e descobrimentos, no século XVI. Ele quer trazer uma nova visão sobre o país europeu no início da colonização do Brasil e na África.

O livro, intitulado Viver em Lisboa: Século XVI, mostra Portugal como vanguarda no processo de navegações e invasões que articulou quatro continentes, a Europa, África, Ásia e América. Lélio, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), conta que realizou a pesquisa para o livro em um estágio de pós-doutorado  no país ibérico, em lugares históricos, como a Biblioteca Nacional de Portugal, fundada em 1796, na Torre do Tombo, que conta com arquivos desde 1387, além de pesquisas realizadas na própria USP e no Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro.

“Trato das influências que Portugal sofreu com os descobrimentos vindas das colônias. O que aconteceu com as relações econômicas daquele país, relações sociais, no trânsito de pessoas, na assimilação de novos costumes, como a culinária e as roupas, e a convivência com os escravos de origem africana”, explica o professor.

O resultado deste impacto foi o aumento da população da Capital portuguesa, Lisboa, que passou de 35 mil habitantes no final do século XIV, para 120 mil, no final do século XVI.

Além disso, ele também pesquisou o peso econômico, social, político e cultural da escravidão na metrópole. Neste período, foram enviados a Portugal 150 mil escravos africanos. Ele frisa que não há dúvidas quanto aos maus-tratos e às péssimas condições de vida pelas quais essas pessoas eram submetidas, como os abusos e trabalhos forçados, além de vendidos, trocados, emprestados, ou deixados em herança, sem sequer terem o direito de serem enterrados em cemitérios quando mortos.

Lélio também quis saber de onde surgiram pratos tradicionais da culinária portuguesa, que foram introduzidos com influência da alimentação nas colônias, como a combinação de ingredientes, que enriqueceu o repertório gastronômico, com a incorporação de pratos como o arroz-doce, de origem asiática, e o cuscuz, proveniente do norte africano, além da adoção do garfo e da faca para se realizar as refeições.

O livro foi publicado pela Editora Alameda, conta com 124 páginas, e custa R$ 26. Os exemplares podem se adquiridos pela internet.

 


Foto: Agliberto Lima | Fotos Públicas

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