Professores da USP-RP produzem documento sobre critérios para reabertura das escolas
A pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo, professores elaboraram uma segunda nota técnica sobre a volta às aulas presenciais
Documento assinado pelos professores Dalton de Souza Amorim, da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras (FFCL-RP), Domingos Alvez, da Faculdade de Medicina (FM-RP) e Adriana Santos Moreno, do Programa de Pós-Graduação em Medicina da FM-RP, da USP de Ribeirão Preto, retoma critérios para reabertura das escolas e volta às aulas presenciais.
Entre as conclusões da análise dos profissionais, defende-se que a autorização da reabertura de escolas para atividades presenciais precisa ser feita em nível municipal, mesmo para escolas da rede estadual, uma vez que os valores da pandemia do Estado, aplicados localmente, inevitavelmente causam danos aos municípios com condições favoráveis ao funcionamento presencial ou geram riscos para os municípios sem condições locais para funcionamento seguro das redes escolares.
Também segundo os professores, “discutir a reabertura de escolas para atividades presenciais sem ações reais para redução da transmissão na comunidade é um esforço fútil”, “os níveis seguros são resultados de redução da transmissão comunitária” e “essa deve ser a medida real a ser utilizada para autorização da reabertura para atividades presenciais”.
O documento pode ser conferido na íntegra.
Primeira Nota Técnica
Os professores já haviam divulgado uma Nota Técnica em novembro do ano passado. O documento enviado para o Comitê Intersetorial da Secretaria Municipal de Educação, revelava que só a testagem em massa ou a vacina garantiriam a reabertura tranquila das escolas em Ribeirão Preto durante a pandemia.
“Naquele momento, ainda era necessário um esforço de argumentação para mostrar que, na ausência de medidas efetivas de controle da transmissão comunitária do vírus SARS-Cov-2, os modelos matemáticos projetavam um agravamento da situação da pandemia na cidade e no estado. Esse esforço não é mais necessário em março de 2021—a gravidade da situação é evidente por si só.” disse o novo documento, sobre a nota de 2020.
As conclusões do documento de novembro do ano passado, sugeriam "Aguardar a redução para menos de 10 novo casos/dia por 100 mil habitantes; ou testagem em massa antes da reabertura e semanalmente, depois da reabertura, de toda a rede escolar, realizando pooling de amostras de saliva, com rastreamento de casos e isolamento com suporte; ou reabertura das escolas quando toda a população escolar estiver vacinada".
Volta às Aulas
O professor José Aparecido da Silva, Mestre e Doutor em Psicologia pela USP, comenta a volta às aulas em sua coluna de Psicologia e Comportamento, no Portal Revide.
As aulas presenciais em Ribeirão Preto na rede particular, se iniciaram na segunda-feira, dia 5 de abril, após decreto estadual que tornou a educação serviço essencial. Na rede pública, o secretário da Educação, Felipe Elias Miguel, acredita que a reabertura deva ocorrer em maio, com limitação de até 35% nas salas e divisão dos alunos em grupos.
“São boas medidas. Em adição a elas, as escolas deveriam possuir uma força-tarefa que considera as medidas comportamentais, que são as ferramentas mais preciosas para mitigação da transmissão do vírus: com uma comunicação de risco clara para alunos, pais e funcionários de toda comunidade; o ensino da necessidade de práticas higiênicas, como lavar as mãos e evitar tocá-las no próprio rosto; o uso contínuo de máscaras; o distanciamento físico e o lockdown na comunidade, quando a letalidade do vírus alcançar índices muito elevados. Ademais, recomenda-se a testagem, testagem e testagem, não é exagero, mas sim uma necessidade de primeira ordem.” diz o professor José Aparecido.
*Com informações do Jornal da USP
Foto: Divulgação/Jornal da Usp
