Professores protestam contra exoneração de diretora em Ribeirão Preto
Secretaria da Educação alegou ter recebido "diversa denúncias de violações de princípios e padrões de conduta"
Professores do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic) Antônio Palocci protestaram contra a exoneração da diretora Cristian Louise Vallim do Valle. Os profissionais criaram um abaixo-assinado, que já conta com cerca de 530 assinaturas, além de realizarem um protesto, em frente à instituição, no último sábado, 18.
A diretora foi exonerada do cargo no dia 9 de janeiro deste ano. Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Educação informou que decidiu pela exoneração após ter recebido, nos últimos meses, “diversas denúncias de violação dos princípios e padrões de conduta da Secretaria, indicando a necessidade de mudança na gestão da EMEF Antônio Palocci – CAIC.”
A pasta ressaltou que um professor da equipe técnica será nomeado interinamente, a fim de que os alunos não sejam prejudicados. O processo de escolha do novo diretor será realizado no início do ano letivo.
Segundo a Secretaria, o cargo é de livre nomeação e exoneração pelo chefe do Executivo, segundo o Estatuto do Magistério Municipal de Ribeirão Preto. Apesar disso, desde 2017, as nomeações têm sido realizadas por meio de processo seletivo que, entre outros critérios, consideram a escolha do Conselho de Escola.
Repúdio
De acordo com uma carta de repúdio assinada pelos professores, funcionários, pais e alunos, no final do ano de 2018, em decorrência da aposentadoria de uma antiga diretora, o cargo ficou vago.
“Para suprir tal vaga, houve um processo de escolha de direção, democrático, cumprindo todas as exigências e etapas, estabelecidas pela Secretaria Municipal de Educação, nas quais uma delas seria escolha da direção pelo conselho de escola e comunidade. Após todo esse processo, foi eleita, democraticamente, Cristian Louise Vallim do Valle como diretora da escola”, escrevem os professores na carta.
Ainda de acordo com os educadores, Cristian desempenhou o papel de diretora com “muita competência e coragem”. Em abril de 2019, após denuncia do Ministério Pública, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) interditou o Caic por problemas estruturais.
Após reformas, a escola foi reaberta no final de maio. Segundo os professores, a ex-diretora participou ativamente do processo. “No enfrentamento da realidade das condições estruturais do prédio, com iminente risco de incêndio e, possível, perdas de vidas humanas, o que desencadeou todo o processo de interdição e, posteriormente, reposição dos dias parados com seus respectivos conteúdos”, afirmam.
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