Professores reclamam que não há verba para impressão de provas em Ribeirão Preto
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo não repassou recurso para a impressão das provas

Professores reclamam que não há verba para impressão de provas em Ribeirão Preto

Avaliação Diagnóstica de Entrada serve como orientação para professores atuarem diretamente nas dificuldades dos alunos

Professores da rede estadual de ensino de Ribeirão Preto reclamam que a Secretaria de Educação não repassou recursos para a impressão da Avaliação Diagnóstica de Entrada (ADE). A prova serve como um diagnóstico para os professores detectarem as maiores dificuldades dos alunos e trabalharem em cima disso ao longo do ano. 

Nas redes sociais, mensagens de protesto circulam entre os professores. A professora Marislene Jeycic denunciou que a falta de recursos para imprimir as provas gera deformações no ensino em toda a cidade. Dessa maneira, somente as escolas que possuem recursos e uma associação de pais presentes poderão aplicar a prova.

"No site [da Secretaria da Educação] está tudo lindo. Mal sabem os pais o sufoco que muitos colegas de trabalho estão passando logo no início do ano.", escreveu a professora. Na mesma publicação, uma mãe de aluna comentou: "achei extremamente triste isso. Tive que mandar dinheiro para a minha filha imprimir a prova dela. Vergonha total".

Em conversa com o Portal Revide, Marislene alertou para a desigualdade entre as escolas. "A escola em que eu trabalho é uma escola modelo. Aqui não temos problemas para imprimir, temos uma impressora própria. Mas e outras escolas que nem tem impressora?", declarou.

A professora ressaltou que a prova é importante para os educadores, já que mapeia as principais dificuldades dos alunos ao longo do ano e, com isso, consegue nortear o trabalho dos professores.

Segundo o professor e diretor estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Fábio Sardinha, alguns professores tiveram que imprimir as provas com recursos próprios. Em algumas séries, as provas podem chegar a 16 páginas por aluno.

"Se eu seguir a linha desse ano, vou ter que imprimir em torno de 700 páginas", comentou Sardinha, que teve que imprimir em casa 160 páginas para aplicar a prova.

O diretor do sindicato declara que irá protocolar um ofício na Diretoria de Ensino pedindo esclarecimentos sobre esta denúncia. E, dependendo da resposta do governo, poderá entrar com uma denúncia no Ministério Público.

Em um comunicado encaminhado às escolas, o Governo do Estado admite que não possui condições para imprimir e distribuir as provas. "Considerando que mostrou-se impossível realizar a contratação da impressão e distribuição das questões da Avaliação Diagnóstica de Entrada".

Ainda na nota, a Secretaria de Educação argumenta que "não há obrigatoriedade da utilização de tal instrumento, sendo este mais um recurso para apoiar as unidades escolares na realização de seus diagnósticos".

Questionada, a Direto de Ensino de Ribeirão Preto informou que apenas a Secretaria de Educação do Estado tem a autorização para falar sobre o assunto. Por meio de nota, a Secretaria confirmou que as ADEs não serão impressas, mas que irá disponibilizar as Avaliações de Aprendizagem em Processo (APP) em maio, agosto e outubro.

A ADE e a APP se complementam. Por meio da ADE os professores traçam as estratégias para melhorarem o ensino nas escolas e conseguirem melhores notas na APP. Com o resultado da APP é possível provar se as medidas propostas com as notas da ADE foram, de fato, concluídas. 


Foto: Divulgação

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