Projeto alia o ciclismo ao ensino de cidadania nas escolas

Projeto alia o ciclismo ao ensino de cidadania nas escolas

“Escola de Ciclismo Pedalando Para o Futuro” é uma ação solidária que ajuda crianças de escolas públicas

Os alunos da escola municipal Eduardo Romualdo Souza, na Vila Virgínia, tiveram uma aula diferente nesta semana. Durante cinco dias as crianças puderam participar do projeto “Escola de Ciclismo Pedalando Para o Futuro”.

Além de aulas de ciclismo, o projeto oferece lições que abrangem educação no trânsito e cidadania. Os instrutores do projeto oferecem conteúdos que abordam leis de trânsito, placas, faixas de pedestre, semáforos, sinalização usada por ciclistas e, ainda, conceitos como o respeito aos idosos e aos companheiros.

A ação foca em crianças com idades entre 5 e 12 anos, e visa atender uma média de 45 alunos por semana. Esta, que é a quarta etapa do projeto, tem por objetivo instruir mais 1.900 estudantes de escolas públicas em Ribeirão e Sertãozinho.

O fundador da equipe de ciclismo de Ribeirão e idealizador do projeto, Danilo Terra, comentou o que o inspirou na criação do Pedalando Para o Futuro. “Admito que eu era um adolescente um pouco rebelde, mas depois que eu ganhei a minha primeira bicicleta aos 14 anos me apaixonei pelo esporte. Hoje posso assegurar que a bicicleta foi fundamental na minha formação como atleta, homem e cidadão”, revela o ex-ciclista, que já conseguiu revelar novos atletas com esta ação.

Entretanto, Danilo não está sozinho nesta empreitada. A equipe conta com profissionais de diversas áreas como educadores físicos, psicólogas e assistentes sociais. Toda a verba vem da Lei de Incentivo ao Esporte do Estado de São Paulo e de patrocinadores que acompanham o Pedalando desde seu início.

A assistente social, Mariana Argentato, ao lado da psicóloga Sigrity Falsarella, participa das atividades em sala com as crianças e dão todo o suporte social e pedagógico. “Durante o projeto enviamos um questionário para a família, perguntando se eles perceberam alguma evolução nas crianças. Mesmo ainda tendo um baixo retorno, os que nos respondem se mostram muito interessados e descrevem sempre uma boa evolução dos filhos”, analisa Mariana.

Primeiros passos

A estudante Maitê, de apenas 10 anos, entrou de andador na sala para receber o seu diploma em formato de CNH pela conclusão do curso. “Eu quebrei o fêmur andando de patinete, foi no dia 10 de fevereiro. Fiquei mais de um mês sem poder andar”, conta a aula que mesmo assim, participou das aulas. “Os professores me ajudaram a participar das brincadeiras”, continua Maitê que já percebeu as dificuldades de acessibilidade na cidade. “É muito difícil andar com andador na rua, as pessoas não respeitam".

Outra conquista do projeto são as crianças que aprendem a andar de bicicleta durante as aulas práticas. É o caso de Laura, de 9 anos. A garota revela que antes andava com as rodinhas e não sabia fazer curvas ou desviar de obstáculos. “Os professores me ensinaram, eu aprendi em dois dias. Hoje eu já sei andar, só que minha mãe só me deixa andar na calçada”, explica a estudante, que termina com uma frase que aprendeu no curso... “e é sempre bom andar com um adulto por perto”.

 


Foto: Paulo Apolinário/ Martinez Comunicação

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