Veja como São Paulo pretende implementar a MP do ensino médio
Veja como São Paulo pretende implementar a MP do ensino médio

Veja como São Paulo pretende implementar a MP do ensino médio

As alterações devem ser implantadas já em 2018

Nesta semana, o senador Pedro Chaves (PSC-MS), relator da Medida Provisória (MP) 746/2016, que estabelece a reforma do ensino médio, deverá apresentar seu parecer à comissão mista que analisa a medida no Congresso Nacional. 

Atualmente no Brasil, o ensino médio tem 8,1 milhões de matrículas, a maioria em escolas públicas (87%) da rede estadual (80%), ou seja, a implementação da MP recairá principalmente sobre os estados.

As alterações devem ser implantadas já em 2018 no estado de São Paulo. Entre as principais mudanças que constam na MP estão a ampliação da jornada escolar das atuais quatro horas obrigatórias por dia para sete horas, progressivamente.

Quanto à estrutura curricular, a MP estabelece que parte do ensino médio seja voltada para os conteúdos que serão definidos na Base Nacional Comum Curricular, atualmente em discussão no Ministério da Educação (MEC), e parte para itinerários formativos, que serão escolhidos pelos estudantes. A MP define cinco itinerários: linguagens; matemática; ciências da natureza; ciências humanas; e formação técnica e profissional.

Com a flexibilização, apenas português e matemática serão obrigatórios nos três anos do ensino médio.

A MP sofre resistência no país por parte de professores, educadores e estudantes, que promovem atos, greves e ocupações em diversos estados. Para os secretários, o desafio é também promover o diálogo com os diversos setores da educação.

São Paulo

Já em 2018, o secretário adjunto de Educação, Francisco Carbonari diz que a implantação vai evoluir e condicionar o tempo em toda a rede. "Se a implantação for bem sucedida, as coisas ficarão mais fáceis, se houver algum problema na implantação, as coisas ficarão mais difíceis". Até lá, o estado deverá amadurecer um modelo para tirar a MP do papel.

A intenção é acabar com as disciplinas. "Temos alguns modelos, o principal deles é romper com o esquema estrutural das disciplinas para trabalhar com componentes curriculares. Não é uma coisa simples e demanda um trabalho grande, pois, temos uma cultura institucionalizada de trabalho por disciplina, as formações dos professores são focadas desta maneira".

Sobre a expansão do modelo definido para toda a rede, o estado ainda não tem previsão, principalmente por questões financeiras. "Talvez São Paulo seja percentualmente o estado que mais sofre com queda de arrecadação, que é onde ela cai mais significativamente. Existem questões que a conjuntura vai definir e a gente não tem, neste momento, informações suficientes para dar essa respostas", diz Carbonari.


Foto: Pedro Ribas/ ANPr

Compartilhar: