Cenário ainda é de incerteza para contratações de fim de ano em Ribeirão
Especialistas dizem que mercado não fechará no vermelho em 2018, mas número será menor em relação ao esperado para a época

Cenário ainda é de incerteza para contratações de fim de ano em Ribeirão

Federação do Comércio prevê queda no número de empregos temporários

Ainda é incerto o cenário de contratações de trabalhadores temporários para o final deste ano de 2018. Um dos motivos para a apreensão é uma previsão de queda de 3% nas contratações em relação ao ano anterior, em todo o Estado de São Paulo. Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Apesar disso, o economista da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), Gabriel Couto, prevê ligeira melhora na situação da cidade. Segundo o economista, apesar da economia ainda fraca, o momento é ligeiramente superior ao vivido no último ano, em relação a crescimento, emprego e salários.

Dessa forma, é esperado que o comércio busque maior número de funcionários temporários do que em 2017. De acordo com o levantamento da Fecomercio, o varejo paulista deve contratar 23 mil trabalhadores sazonais para o período - uma redução de 3% em relação a 2017, quando foram admitidas 23,7 mil pessoas.

Para o economista do Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp), Marcelo Bosi, a queda prevista pelos economistas não quer dizer que o mercado deixará de contratar no final do ano, apenas que contratará menos.

"Historicamente, o aumento no número de contratações chega a 10% no final do ano. Mas, se, normalmente, o aumento é de 10%, neste ano esperamos um aumento em torno de 5% a 7% no número de contratações em Ribeirão Preto", explica.

Apesar do caminho tortuoso para fechar o ano no azul, a gerente de marketing do Shopping Iguatemi Ribeirão Preto, Manoela Whitaker, se diz otimista para o final do ano. Ela aposta em promoções com sorteios de prêmios e até automóveis para alavancar as vendas. "Esperamos um crescimento no número de vendas e fluxo. A data é a mais importante do varejo e, nesta época, os consumidores se sentem estimulados a comprar. O Iguatemi Ribeirão Preto oferece aos seus clientes um mix completo de lojas, com boas oportunidades de compras", afirma Manoela.

Novo presidente

Outro fator que deixou os economistas apreensivos foi a corrida eleitoral para a presidência. Para o economista da Acirp, o cenário segue sendo delicado, e isso independe de quem ganhou. “Adicionalmente, o fim do período eleitoral tende a tirar um grande fator de incerteza do cenário, apesar de o quadro mais provável ser de permanência de muitas dúvidas até o estabelecimento do novo governo, independente do lado vencedor. Ainda assim, com menos incertezas, o consumidor tende a gastar mais com bens não essenciais”, acrescenta Couto.

Já para o economista do Sincovarp, com a vitória de Jair Bolsonaro (PSL), o comércio pode ter dias melhores em 2019. Segundo Bosi, o candidato vencedor é uma pessoa que agrada o mercado. "Com isso, a expectativa tende a ser de uma melhora no comércio. A economia lida com este componente, com a expectativa. Se em 2008 o Lula [ex-presidente do Brasil] conseguiu acalmar o mercado com a história de que a crise não seria uma tsunami, mas, sim, uma marolinha, o Bolsonaro talvez consiga trazer uma melhora no mercado apenas com a expectativa que ele gera." finaliza.

Indústria

O aumento da demanda de produção na indústria e de vendas no comércio desde Dia das Crianças e, agora, com a proximidade do Natal e do Ano Novo, já movimenta o mercado de contratação temporária em todo o País.

Dados da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) e da Caixa Econômica Federal indicam que, neste ano, deve ocorrer um crescimento de 10% comparado ao último quadrimestre de 2017. A projeção de alta é influenciada, principalmente, pelas contratações na indústria – em especial as do segmento farmacêutico, alimentar, químico e agroindustrial.

A estimativa da entidade é de que 434 mil postos de trabalho temporário sejam ofertados na indústria entre setembro e dezembro de 2018, ante 394 mil empregos originados no mesmo período de 2017.

O pico de contratações no comércio, de acordo com a Asserttem, acontece em novembro. Entre os Estados com mais postos de trabalho temporário para o período, São Paulo lidera o ranking concentrando 67,27% das vagas estimadas para o fim do ano.

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Foto: Amanda Bueno

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