Na contramão do Brasil, Ribeirão Preto fecha 106 vagas de aprendiz em 2017
De acordo com Ministério do Trabalho, em 2017 Ribeirão Preto demitiu mais aprendizes do que contratou

Na contramão do Brasil, Ribeirão Preto fecha 106 vagas de aprendiz em 2017

Segundo levantamento, foram admitidos 1.534 aprendizes na cidade e, em contrapartida, 1.640 foram desligados

Na contramão da média nacional, Ribeirão Preto demitiu mais aprendizes do que contratou em 2017. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no último ano, foram admitidos 1.534 aprendizes na cidade e, em contrapartida, 1.640 foram desligados, extinguindo, dessa forma, 106 vagas de aprendiz.

Com base nos números do Caged desde 2015, Ribeirão Preto se mostra instável para os estudantes que desejam ingressar no mercado de trabalho. Em 2015, ainda com reflexos fortes da crise econômica, o município extinguiu 238 vagas dos aprendizes. Entretanto, apesar da crise, foram contratados mais pessoas em 2015 e 2016 do que em 2017.

Melhor para as mulheres

Na maioria dos municípios brasileiros, segundo o Ministério do Trabalho, os homens levam vantagem no número de contratações. Do montante de 2017, 203 mil eram homens, 52,65% das vagas, ante os 183 mil postos ocupados pelo sexo feminino, 47,35%.

Em Ribeirão Preto, mantendo a média, contratou-se mais homens do que mulheres, todavia, o gênero masculino também foi o que mais sofreu demissões. Desse modo, apesar de 796 homens serem contratados, em oposição às 738 mulheres, o déficit de vagas masculinas foi maior: menos 72 vagas para homens, e menos 34 para mulheres.

Brasil

A aprendizagem profissional fechou 2017 com 386 mil jovens contratados de janeiro a dezembro. Segundo o Ministério do Trabalho, "a inserção dos jovens no mercado de trabalho se manteve estável em relação ao ano anterior, quando foram registradas 386.773 admissões. São Paulo liderou o ranking, com 108.300 contratações, seguido por Minas Gerais, com 40.240, e Rio de Janeiro, com 35.088”. 

O setor que mais contratou aprendizes em 2017 foi o comércio, com 97 mil contratações, correspondendo a 25,26% das oportunidades. A indústria da transformação somou 94 mil admissões (24,47% do total). Dentre as atividades que ocuparam as melhores posições no resumo do Ministério do Trabalho estão a de auxiliar de escritório, empregando 155 mil jovens, e assistente administrativo, com 70 mil.

Análise

Para o diretor regional da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo, Ismael Colosi, um dos possíveis motivos para a queda nas contratações de aprendizes é a combinação de dois fatores. “O fato do mercado de trabalho estar com muito profissionais capacitados e com experiência à procura de emprego o que, de certa forma, barateou a mão de obra, já que profissionais sem emprego, tendem a aceitarem salários menores pelas mesmas funções que desempenhavam antes; e por outro lado o fato de que a contratação de aprendiz exige o recolhimento dos mesmos encargos que o profissional comum, de forma proporcional, claro", pontua Colosi.

Para o especialista, dentre essas opções, o empregador opta por contratar um profissional já com experiência e com um custo um pouco mais barato em relação ao valor real de mão de obra, agregando mais valor aos seus processos e sem investir em treinamento, o que teria que fazer contratando um aprendiz. 

Colosi também comenta a importância da contratação de aprendizes. "Além do impacto social que causa oferecendo aos jovens oportunidade real de aprender uma profissão e os afastando da violência, drogas, é importante ressaltar que isso também causa um aumento de empregabilidade ao jovem que passou pela fase de aprendiz", frisa o diretor.


Foto: Divulgação

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