Em Ribeirão, Justiça do Trabalho teve "boom" de ações antes de nova lei entrar em vigor
No mês de novembro, foram impetradas mais de 1,7 mil ações trabalhistas

Em Ribeirão, Justiça do Trabalho teve "boom" de ações antes de nova lei entrar em vigor

A nova normas entraram em vigor em novembro de 2017; TRT-15 registrou aumento de 400% das atividades na semana que antecedeu às regras

A Justiça do Trabalho da 15ª Região, em Ribeirão Preto, registrou aumento no número de processos no período anterior à vigência da reforma trabalhista, que teve início em novembro de 2017.

Segundo o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), a média semanal de processos trabalhistas recebidos é de 5,5 mil, porém, na semana que sucedeu a entrada da nova legislação, foram ajuizadas 27.418 ações, o que corresponde a um aumento de praticamente 400% se comparado à média semanal. Depois que as novas normas passaram a vigorar, os números caíram em 70%.

Ainda, de acordo com o TRT-15, o aumento teve início na terceira semana de outubro, com 7.560 ações, continuando a subir até o início novembro, com 8.138. Após este "boom", assim que a Lei entrou em vigor, houve queda.

Nesse período foram ajuizados 2.514 processos. No total do mês de novembro, a 1ª instância do TRT-15 recebeu 38.943 ações. Em dezembro, foram 13.772 e em janeiro de 2018, 12.378. Todavia, é preciso lembrar que o recesso judiciário ocorre no mês de dezembro.

 “Os números de processos recebidos referentes a 2016 e 2017 são muito próximos, porque houve o "boom" de ações. Mas antes de dizer que houve uma redução, é preciso registrar esse aumento assustador, anterior à vigência da reforma”, afirma o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região por meio de nota. “Ainda é muito cedo para analisar os efeitos da Lei, a partir desses dados comparativos”, complementa.

Em Ribeirão Preto, as seis Varas da Justiça do Trabalho receberam 666 ações no mês de dezembro, bem menos do que a metade da quantidade das impetradas no mês de novembro, com 1.707 ações.

A advogada especialista em direito do Trabalho Marília Teixeira conta que os escritórios de advocacia tiveram de realizar uma força tarefa nas semanas que antecederam a entrada da nova legislação para dar prosseguimento aos pedidos e não prejudicar os clientes.

“Toda vez que entra legislação nova em vigor, o judiciário fica um pouco confuso. Estamos em meio a uma tempestade e, para evitar prejuízo ao paciente, foi optado por zerar essas ações”, explica a advogada, que acredita que a nova legislação trouxe ‘certo medo’ para os empregados, principalmente os beneficiários da Justiça Gratuita, que tem de pagar as incumbências caso perca a ação.

 


Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Compartilhar: