Mulheres recebem menos do que homens em Ribeirão, comprova estudo

Mulheres recebem menos do que homens em Ribeirão, comprova estudo

Número de contratações também superou demissões, porém ritmo do mercado segue lento

Ribeirão Preto fechou o mês de fevereiro com saldo positivo de contratações em relação às demissões. Contudo, o número ainda é pequeno se comparado aos anos antes da crise. É o que apontam os dados contabilizados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O professor do curso de administração do Centro Universitário Moura Lacerda, Marcelo Brandão, reuniu e analisou os dados. Ele constatou que a contratação de mulheres é maior do que de homens quando exige-se curso superior. Todavia, mesmo a mulher qualificada ganha menos do que o homem.

Em números absolutos, Ribeirão Preto registrou um saldo positivo de 301 contratações. Sendo 7.388 admissões contra 7.087 demissões. Comparando com o mesmo período de 2014, a cidade teve um saldo positivo de 2.371 contratações.

De acordo com Brandão, o saldo positivo foi alavancado pelo setor de serviços que obteve saldo de 403 postos de trabalho formal. Esta situação compensou o saldo negativo de 173 postos de trabalho gerado pelo comércio.

A questão salário também revela alguns gargalos na economia da cidade. O salário médio de admissão pago pelas empresas de Ribeirão foi de R$ 1.444,92. Os homens foram contratados com valor 5,23% acima: R$ 1.520,52. Enquanto as mulheres foram contratadas com um salário inferior à média em 7,11%: R$ 1.349,03, totalizando uma diferença de 12,7% a favor do homem na hora de acertar o salário de admissão.

O setor que se sobressaiu no mês de fevereiro foi o da indústria que predominou no pagamento de melhores salários. Entretanto, os maiores beneficiados disso foram os homens. “Deve ser considerado a opção por ser um trabalho que exige mais técnica somando a compleição física”, analisa Brandão.

Grau de escolaridade

Mais de 76% dos trabalhadores admitidos tem no mínimo o ensino médio. E, segundo o professor Bradão, “a educação é o investimento que produz mais retorno no capital”. Considerando o salário médio de R$ 1.444,33, o ensino superior completo acrescenta 60% neste valor. Uma média de R$ 2.300.

Entretanto, algumas contradições foram reveladas pelo estudo. Dos ribeirãopretanos com ensino superior completo contratados, 61% eram mulheres - o que evidencia certa discrepância no valor dos salários pagos.

O homem com curso superior completo quando admitido recebe um salário médio no valor de R$ 2.775,26, enquanto a mulher recebe R$ 1.949,36. A diferença entre o salário pago ao homem comparado ao salário pago para a mulher com curso superior completo ultrapassa os 40%.  

Contratações por faixa etária

De modo geral, existe uma concentração de admissões e demissões nas faixas de idades entre 18 e 39 anos, o que demonstra uma rotatividade entre empregados.

Analisando em percentuais, existe a tendência nas empresas de Ribeirão Preto em demitir primeiro os empregados com mais de cinquenta anos.

Outra tendência que fica evidente no levantamento extraído do Caged está no processo de escolha. Pessoas com mais de 50 anos dificilmente serão escolhidas no processo de seleção, e também tendem a serem desligadas primeiro.


Foto: Arquivo Revide

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