Atletas de Ribeirão mostram amor ao esporte na madrugada
Atletas de Ribeirão mostram amor ao esporte na madrugada

Atletas de Ribeirão mostram amor ao esporte na madrugada

Os jogadores de handebol têm de enfrentar um dia de trabalho, uma noite de estudo e ao chegar nos treinos encaram uma quadra fora dos padrões oficiais

A equipe de handebol ribeirãopretana prova que, apesar das dificuldades, não há nada que a impeça de praticar o esporte que tanto ama. Com dedicação à modalidade, os jogadores travam diariamente a luta de treinar e se preparar pelas madrugadas na cidade. O treinador da equipe, Miguel Jabur, diz que os treinamentos são às segundas, terças e quintas-feiras, das 22h45 às 0h45.

Os atletas do time ribeirãopretano de handebol demonstram, talvez, a maior força de vontade que um jogador pode ter pelo esporte que decide praticar. Com treinos na quadra da Cava do Bosque, que não possui medidas oficiais, os jogos de campeonatos ocorrem na quadra do Colégio Liceu Albert Sabin.

“A grande maioria de nossos atletas trabalham e estudam à noite. Saem da faculdade e vão treinar cansados. Com certeza tem de haver muito amor para encarar essa rotina e render nos treinamentos! Por outro lado, acredito também na evolução como pessoas através do esporte. Estes jovens se tornam seres humanos 'muito fortes', pois cada dia é um desafio”, disse Jabur.  

Ainda segundo o técnico da equipe, o problema do horário em que treinamos é o cansaço dos atletas. “Os jogadores vão dormir por volta de 2h e às 7h30 já estão no trabalho, depois vão para a faculdade, e terminam a noite no treinamento. Por sorte nossa equipe já está adaptada a estes horários e por isso sofre menos hoje em dia”. 

Com oito campeonatos regionais, um vice dos Jogos Abertos, campeão da Copa do Estado e vice dos Jogos Abertos da Juventude no currículo, o atual pivô da equipe, Thiago Ribeiro, fala que os integrantes do time se viram com a boa vontade e o amor que têm pelo esporte, para, assim, cada vez mais se tornarem melhores, independente dos desafios. “Eu acredito que grande parte do meu caráter e da minha personalidade foram moldados no esporte. O motivo pelo qual treinamos até hoje de madrugada é a paixão”, diz.

O jovem explica que para um atleta que joga em alto nível, a preparação, nos horários citados, é complicada. “Jogamos contra pessoas que vestem a camisa da seleção. Já chegamos a treinar até 2h. Por sorte temos a ajuda de alguns parceiros, já que ainda é bem difícil de se viver pelo esporte em Ribeirão. Para me preparar e escapar dos horários, tento me alimentar da maneira correta. A prova do esforço coletivo é tamanha que ficamos invictos por treze anos, até que em 2014 perdemos os jogos regionais, mas o conquistamos novamente em 2015”, conta.

Paulo Fabricio Barboza dos Santos, chamado de Paulão, lembra que já está na equipe de Ribeirão Preto há 23 anos, pois entrou no time com apenas 11 anos, desde o início do grupo. “Atualmente  sou o único remanescente do início do time, o mais velho entre os atletas e presente em todas as conquistas. Por conta dos treinamentos na madrugada, possuímos uma rotina cansativa, mas tento me aproximar o máximo possível do profissionalismo, conciliando treinos em quadra três vezes por semana, com treino na academia seis vezes por semana e outras obrigações”, afirma.

Paulão finaliza ao contar que fora das quadras possui uma vida normal ou pelo menos quase. “Devido ao horário de treinos e jogos nos fins de semana, temos de abrir mão de certas coisas. De dia possuímos uma vida normal, com trabalho e obrigações, nas madrugadas viramos atletas dedicados”, diz.


Foto: Divulgação

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