Basquete adaptado do Comercial ultrapassa as quatro linhas da quadra
A maioria dos atletas da equipe ribeirãopretana foram vítimas de acidentes ou violências que ocasionaram as paralisias

Basquete adaptado do Comercial ultrapassa as quatro linhas da quadra

Conheça a história de Ricardo dos Santos Custodio, o Cadin, que conheceu o esporte após ser mais uma vítima do crime

Uma parceria entre o Comercial e a Associação de Amigos Deficientes (ADAD) possibilitou a criação de um time de basquete adaptado, que carrega o nome do Leão do Norte por onde passa.

Cadin é um dos destaques do clube Com objetivo de oferecer uma oportunidade de trabalho para pessoas com deficiência, o time de basquete sobre rodas conta com 16 atletas, está em atividade e já disputa o Campeonato Paulista. Em razão da dificuldade de reunir as equipes, os jogos são realizados conforme a disponibilidade dos times, que apesar de rivais em quadra, são parceiros fora das quatro linhas.

A maioria dos atletas da equipe ribeirãopretana foram vítimas de acidentes ou violências que ocasionaram as paralisias. Porém, mesmo com todas as dificuldades causadas por essas fatalidades, eles não pensam em desistir do esporte.

É o caso do Ricardo dos Santos Custodio, o Cadin, de 42 anos. O atleta conheceu o basquete após ser mais uma vítima do crime no Brasil. Envolvido em uma guerra de quadrilhas, Cadin foi baleado, mas sobreviveu e decidiu aproveitar a nova chance que ganhou.

No esporte há mais de 15 anos, ele conta que antes era jogador das categorias de base do clube, mas de futebol. “Sou paraplégico há 18 anos. Não foi nada fácil. De repente eu me vi em uma cadeira de rodas. Para ajudar na superação, um amigo me apresentou o basquete”, diz.

O homem fala que este esporte o resgatou. “Atualmente, o basquete significa muito em minha vida. Lembro que a adaptação foi rápida. Meu conselho para as pessoas é que estudem, pratiquem esporte e não se envolvam no mundo do crime, pois não vale a pena”.

Ao lado dos demais atletas, o grupo treina três vezes por semana. Mas não tem vivido uma boa fase no campeonato. Os jogadores já sofreram cinco derrotas. Uma das explicações é a falta um pivô para o elenco.

Amigo do grupo, Carlos Cesar Aparecido Macedo, de 50 anos, relembra que Cadin acompanha o grupo nesta jornada. “Vejo que eles nunca desistem. Eu tenho uma filha especial. Ela é autista. Ver o clube me faz enxergar como isso é de extrema importância, pois é um trabalho de inclusão e divulgação para mostrar que todos podem vencer e serem vistos”, comenta o autônomo.

Esporte

O time do basquete do Leão disputa o paulista este ano. Para informações sobre as tabelas de jogos e classificação, basta clicar aqui.

Cadin ao lado dos representantes da secretaria Ricardo Aguiar e GabrielApoio

O time está em busca de patrocínio e pessoas que queiram apoiar a causa. Os interessados podem entrar em contato por meio do telefone (16) 9933-50363. Atualmente, as forças do clube vêm, principalmente, da Secretária de Esportes e do Comercial. 

História

Praticado inicialmente por ex-soldados norte-americanos feridos na 2° Guerra mundial e em hospitais ingleses como forma de reabilitação, o Basquete sobre rodas é o único esporte que foi realizado em todas as edições dos jogos paralímpicos.

No Brasil há mais de 40 anos, ele também tem forte ligação com os jogos, sendo o primeiro esporte praticado pelos atletas paralímpicos brasileiros. Em Ribeirão Preto, chegou à Associação de Amigos Deficientes em julho de 2013, que passou a ter o apoio da Secretaria Municipal de Esportes de Ribeirão Preto. Desta forma, conseguiram novas cadeiras de rodas, uniformes e materiais para equipe.
 

 


Foto: Tati Gomes

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