
Botafogo Futebol Clube comemora 100 anos ininterruptos de história em Ribeirão Preto
Clube vive um dos melhores momentos da trajetória neste final de 2018
O Botafogo Futebol Clube comemora, nesta sexta-feira, 12, os 100 anos ininterruptos de história em Ribeirão Preto. O Centenário é um marco na vida dos torcedores e do próprio clube, que vive um dos melhores momentos da trajetória. E uma torcedora, em especial, tem apreço longevo pelo clube.
Aos 90 anos, Isabel Marques começou a assistir aos jogos por uma paixão do filho, no início dos anos 60, e nunca mais abandonou o Pantera.
“Morava nos Campos Elíseos quando o Zé Renato [filho] nasceu, em 1952, e, quando ele começou a crescer, o vizinho o levava para o antigo Estádio Luís Pereira, lá na Vila Tibério. Naquela época, eu não frequentava muito o local, pois as mulheres quase não iam. Era um ambiente mais masculinizado, mas com o tempo isso foi se perdendo”, conta Isabel.
Isabel nasceu em 1928, um ano após o primeiro título do Tricolor, em um campeonato amador liderado pelos jovens Máximo Trujillo, o Carrapato, e o parceiro Pequitote. Desde o primeiro jogo no Santa Cruz, em janeiro de 1968, ela esteve presente nas principais conquistas e decepções botafoguenses, como no acesso à Série B este ano.
“Quando o estádio foi para a Ribeirânia me lembro que fiquei chateada, pois o lugar era longe e ficava no meio do mato, mas com o tempo a cidade cresceu e hoje parece ser perto. Acompanhei tudo, sempre. Quando não vinha pessoalmente, eu ouvia no rádio o tempo todo. Eu durmo com dois rádios ao lado do travesseiro até hoje, acompanhando tudo”, conta.
Para ela, o amor pelo Botafogo não tem descrição - é algo que se sente. A opinião é compartilhada pelo filho José Renato Marques, 66 anos, representante de vendas. Foi ele quem incentivou o amor da mãe.
Em toda vida, Zé Renato, como é conhecido pela torcida, ajudou o clube, seja narrando o placar do jogo ou recepcionando a comissão de arbitragem.
“Torcer para o Botafogo é um sentimento inexplicável. Ninguém acreditava que o clube sairia de uma situação tão ruim como estava, há dois anos. E quando você não espera, as coisas melhoram. O Botafogo hoje tem uma estrutura e um grupo estabilizados financeiramente”, diz Zé.
Ele destaca o amor ao clube, ao dizer que todos da família são botafoguenses. “Minha família inteira é torcedora. No futuro, nós temos certeza que o Botafogo pode ficar ainda maior. Um dia, meus filhos me escreveram, em uma mensagem, ‘pai obrigado por nos ter feito botafoguenses’. Uma mensagem para o torcedor botafoguense é que devemos incentivar e ensinar nossos filhos a torcerem pelos times de nossas cidades. Estamos deixando um legado para o Botafogo, que é a sequência da torcida. A prova do tamanho da torcida foram esses jogos de finais de campeonato, em que colocamos quase 30 mil torcedores no Santa Cruz. Precisamos despertar e essas conquistas do Botafogo vão fazer isso”, finaliza Zé.
Fotos: Pedro Gomes e Ibraim Leão