Portal Revide entrevista "Vovó Botafogo", de Ribeirão Preto, que viralizou na web
Dona Wany, de 86 anos, vai assistir a um jogo do time do coração no Santa Cruz pela primeira vez neste final de semana

Portal Revide entrevista "Vovó Botafogo", de Ribeirão Preto, que viralizou na web

Nascida na Vila Tibério, a torcedora se orgulha de ter visto o time crescer de perto

Quando dona Wany nasceu, o Botafogo era um jovem clube da Vila Tibério, com apenas 14 anos. Ela mal poderia saber que, 86 anos depois, sua história ainda estaria tão entrelaçada com a do Pantera.

Nessa última quinta-feira, 8, o Botafogo empatou com o São Caetano, garantindo a classificação para as quartas de final do Campeonato Paulista. Aconteceu de o jogo cair justamente ao dia do aniversário da neta de Wany. Botafoguense roxa, ou melhor, vermelha, dona Wany ficou com seu inseparável rádio até o final da partida, esperando saber se o seu time do coração iria se classificar.

Como a situação não é novidade para ninguém da família, Isabela, a neta que fez aniversário no dia da partida, resolveu gravar a paixão da avó. Ela só não esperava que o vídeo fosse viralizar. Em menos de 24 horas, as imagens da botafoguense comemorando o empate contra o azulão já renderam cerca de 27 mil visualizações.
 

A repercussão foi tanta que o próprio presidente do Botafogo, Gerson Engracia Garcia, foi à casa da torcedora levar uma camiseta oficial do time. Além disso, a vovó também ganhou ingressos para a partida contra o Corinthians, no próximo domingo, 11.

“Se o Botafogo jogar igual jogou contra o São Caetano, acho que a gente pode ganhar do Corinthians”, comenta a torcedora. Dona Wany tem esperança que o time possa se sagrar campeão do Paulistão.

Ídolos

Até o momento, o time trouxe felicidades para a fiel torcedora em 2018, mas a única desilusão foi a saída do goleiro Neneca do time. “Quando ele saiu, eu fiquei até doente. Eu gostava muito do Neneca. O novo goleiro [Tiago Cardoso] eu estou conhecendo agora, ele é bom, mas eu gostava tanto do Neneca”, lamenta a torcedora que pede a volta do goleiro.

Além do goleiro, a vovó do Botafogo também é fã do atacante Bruno Morais, artilheiro do time na competição. Além dos ídolos atuais, ela também se recorda dos craques de outras épocas. “Gostava muito do Raí e do Zé Maria. Mas o que eu mais gostava era o Sócrates. Nossa, quando ele morreu eu fiquei muito triste. Eu ia toda semana levar flores no túmulo dele”, relembra.

Família tricolor

A história da dona Wany se mistura com a do Botafogo. Nascida na Vila Tibério, praticamente ao lado do estádio Luís Pereira – antiga casa do Pantera –, a torcedora conta que seus pais eram botafoguenses e acompanharam a criação do time. Por 50 anos a Vovó Botafogo morou no bairro próximo ao estádio, que hoje é um clube do time. Recentemente, ela se mudou para o Jardim Antártica, um pouco mais distante das duas casas do coração.

Na família, todos são botafoguenses. Os três filhos e os seis netos acompanharam a vovó. Até a cuidadora de dona Wany, que não acompanhava futebol, teve de virar botafoguense. Perguntada se ela deixaria algum comercialino namorar as netas, ela logo responde: “aqui nem entra”.

Apesar da paixão, a vovó botafoguense nunca viu um jogo do time do coração no Estádio Santa Cruz, que ela ainda chama de “novo estádio”. “Quando eu era mocinha eu cheguei a viajar para acompanhar o Botafogo, fui para Campinas e São Paulo. Minha juventude foi o Botafogo”, relembra com emoção. "Eu vejo sempre pela televisão ou no rádio. Se não passa em um, eu assisto no outro. Mas eu prefiro ver na televisão, sabe. Gosto de ver aqueles chutes, quando passa perto do gol eu até dou um pulo aqui". 

Depois de 86 anos de devoção ao tricolor, dona Wany finalmente vai pisar na “nova” casa do seu time do coração para ver uma partida. Haja ansiedade - e emoção.


Foto: Paulo Apolinário

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