Em Sertãozinho, tribunal dá mais clareza às regras do jogo

Em Sertãozinho, tribunal dá mais clareza às regras do jogo

Tribunal do Amador atende mais de 80 equipes de futebol em três divisões

Passou o fim de semana, mas a rodada do campeonato de futebol ainda não acabou. Em Sertãozinho, os clubes classificados para a finalíssima do campeonato de futebol amador podem mudar, cartões podem ser revistos, jogadores podem ser suspensos ou atletas podem se livrar do gancho, tudo com base nas normas do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Lá, um tribunal avalia as atitudes dos jogadores das três divisões do campeonatos de futebol amador da cidade que englobam 87 times. O intuito é levar mais credibilidade e também diminuir o número de brigas e confusões entre representantes das equipes que entram em campo. O corpo do tribunal é formado por quatro juízes, entre eles o presidente André Pierre, que conta que os magistrados acreditam que as decisões mais justas ajudam a diminuir a adversidade nas partidas.

“Imagina: a pessoa trabalha a semana inteira. Por vezes um serviço pesado. O único momento de prazer é a partida no fim de semana, aí, por causa de um árbitro mal intencionado, esse jogador fica de fora da rodada seguinte. Isso não é nada justo. Além disso, tem jogadores que recebem um ‘bicho’ por partida, que ajuda a completar a renda”, explica Pierre.

As audiências ocorrem em uma sala dentro do Ginásio Pedro Ferreira dos Reis, o Docão – “muito apropriado”, como defende o secretário de esportes e lazer do município, Valter Lúcio Pinto. Ele conta que quando há julgamento uma sala é toda preparada para a ocasião, com lugar para o atleta fazer a defesa, é lido o relato do árbitro sobre a ocorrência, e é até colocada a bandeira do Brasil para ser realizado o juramento. A sentença sai no jornal oficial de Sertãozinho, e também é publicada em local público, geralmente o próprio Docão, para que todos tenham acesso ao veredicto.

Valter lembra que a o tribunal já ocorria na primeira vez que foi chefe da pasta, entre 2005 e 2008, mas que agora ele tornou oficial. “Acontece que se não tiver um tribunal imparcial, pode causar casos de indisciplina. Hoje os atletas aceitam a pena, porque veem que é feito de forma justa e para manter a disciplina”, aponta o secretário, que diz que as decisões não têm interferência de membro da comunidade para manter a lisura, tanto que os juízes, voluntários, são da vizinha Ribeirão Preto. “Nós percebemos uma mudança, diminuição das brigas, queda no número de cartões”, completa.

“Eu nem vou aos jogos com muita frequência. Às vezes eu apareço para assistir um pouco, fico no campo, coloco um boné, um óculos escuro, para não chamar muito a atenção”, revela André, que garante que a decisão final de uma situação que algum atleta recorreu só é tomada depois que ele tenha a oportunidade de se defender.

“A prova da imparcialidade do campeonato é que houve um clube eliminado no campeonato da terceira divisão porque o presidente da equipe invadiu o campo na comemoração de um gol. Isso é um ato infracional. Só que na final, ele, que também é jogador e foi um dos artilheiros do torneio, foi tranquilamente receber a premiação sem reclamar da decisão tomada pelo tribunal, isso porque os atletas percebem a seriedade deste trabalho”, finaliza o secretário.

Foto: Assessoria de Comunicação PMS

 

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