Estado investiga caso de Zika em Ribeirão Preto

Estado investiga caso de Zika em Ribeirão Preto

Além do município, casos em Campinas, Mogi-Guaçu, Sumaré, Guarulhos e São Paulo também estão sendo examinados

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou nesta segunda-feira, 14, que investiga seis casos de microcefalia, que é a malformação cerebral em recém-nascidos que estar relacionada com o Zika vírus. Entre eles, um caso está sendo investigado em Ribeirão Preto.

Além do município, casos em Campinas, Mogi-Guaçu, Sumaré, Guarulhos e São Paulo também estão sendo examinados. Dos seis registros, cinco estão sendo tratados como autóctones, quando a doença é contraída no Estado, sendo que o recém-nascido da capital de São Paulo é o único que a mãe tem histórico de viagem para o Nordeste.

De 17 de novembro até 10 de dezembro os municípios do Estado notificaram 46 casos de microcefalia ao Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria.

De acordo com a Secretaria, os seis casos analisados preenchem os requisitos clínicos para a ligação com o Zika, pois os sintomas são os mesmos apresentados pelas grávidas, como manchas avermelhadas pelo corpo durante a gestação e exames negativos para rubéola, toxoplasmose, sífilis, herpes e citomegalovírus.

Uma tomografia computadorizada foi feita em quatro casos e constou a presença de calcificação no cérebro, o que pode ser a infecção pelo Zika vírus.

Não há, no momento, exame sorológico disponível na rede pública de saúde do País para confirmação laboratorial do Zika. Somente este exame seria capaz de apontar anticorpos do vírus no sangue das mães cujos filhos nasceram com microcefalia, bem como atestar infecções de pessoas com os sintomas da doença.

A saúde está monitorando a circulação do vírus pelo Estado com exames feitos pelo Instituto Adolfo Lutz em amostras que deram negativo para a dengue. Até o momento, nenhum teste deu positivo para o zika vírus.

O que é a microcefalia?

A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. A microcefalia é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 32cm, o esperado é que bebês nascidos após nove meses de gestação tenham pelo menos 34cm.

Segundo o médico e coordenador do Centro de Pesquisa em Virologia da USP de Ribeirão Preto, Benedito Lopes da Fonseca, em alguns casos a microcefalia é tão intensa que a criança vai a óbito logo no nascimento, e em outras situações depende da gravidade da doença para viver.

O que é o Zika?

Sendo da mesma família da dengue, o vírus Zika também é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti.

Ainda de acordo com o médico, existem evidencias que o Zika pode ser transmitido pela transfusão de sangue, relações sexuais e transmissões verticais, que é passado da mãe pelo filho.  “Assim que entra a relação do vírus Zika com a microcefalia”, frisa.

Os sintomas também são parecidos com a dengue, mas a situação é mais branda. Como febre, dores no corpo, conjuntivite, mal estar, vermelhidão no corpo, dores nas juntas, entre outros.

Além da hidratação e controle da febre, não existe vacina ou outro tratamento para o vírus Zica. “As recomendações são as mesmas que usamos para a dengue. Usar apenas Dipirona ou Paracetamol e muita hidratação,” afirma o médico.

Relação com o Zika

A relação entre Zika e microcefalia foi confirmada pela primeira vez no mundo no fim de novembro pelo Ministério da Saúde. A investigação ocorreu depois da constatação de um número muito elevado de casos em regiões que também tinham sido acometidas por casos de Zika.

O Ministério da Saúde já confirmou a relação do Zika com a microcefalia e investiga uma possível relação com a síndrome de Guillain-Barré.

 

Fotos: Venilton Kuchler / ANPr

Compartilhar: