Chuva na Chapada dos Guimarães renova esperanças no Santuário dos Elefantes

Chuva na Chapada dos Guimarães renova esperanças no Santuário dos Elefantes

Bambi, que chegou ao santuário em setembro, foi levada a uma área de segurança próxima ao centro veterinário do SEB, junto com as outras quatro elefantas que vivem no local

Desde a última sexta-feira, 9, os incêndios que consomem o Pantanal chegaram ao Santuário de Elefantes Brasil (SEB), na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso. O local recebeu a elefanta Bambi, transferida do Bosque Fábio Barreto, de Ribeirão Preto, no último dia 25 de setembro.

Até o momento, os incêndios no Pantanal mato-grossense devastaram cerca de 2,5 milhões de hectares do bioma e já duram quase três meses. Segundo os responsáveis pelo Santuário, a queimada teve início em uma propriedade vizinha, após a aplicação malsucedida de uma técnica corta-fogo. O terreno irregular e a mudança de rota dos ventos dificultaram ainda mais o controle da situação.

Atualmente, o Santuário abriga cinco elefantes resgatados. Desde que as chamas se intensificaram, Bambi, Maia, Rana, Lady e Mara foram encaminhadas para outras áreas do Santuário. O biólogo Daniel Moura, diretor do Santuário, explica que o SEB possui  280 mil metros quadrados, divididos em cinco áreas. As elefantas foram transferidas para áreas menores, consideradas como "áreas de controle" por ficarem próximas aos veterinários.

"A primeira medida de segurança foi levar para essas áreas menores próximas ao centro veterinário. Essa área foi pensada para contenção de qualquer tipo de emergência, como os incêndios que não são incomuns na região", explicou Moura. O local possuí uma vegetação rasteira, verde e é menos irregular, o que facilita o combate às chamas. 

Segundo nota do Santuário, apesar do esforço de bombeiros, brigadistas, funcionários do Santuário e vizinhos da região, grande parte da propriedade foi queimada. "Os prejuízos ambientais só não foram maiores graças ao plano de contingência do próprio Santuário, que já estava alerta e preparado com tratores, caminhão pipa e demais recursos para lidar com possíveis focos de incêndio", informou a instituição. Todos os animais, e funcionários, passam bem.

Esperança

Apesar do susto, o biólogo explicou que devido ao histórico de queimadas na região, o Santuário conta com equipamentos adequados para o combate às chamas, além de contar com o apoio da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Contudo, mesmo com o histórico de queimadas, Moura conta que nunca presenciou incêndios tão intensos como os de 2020.

Não obstante, as esperanças dos funcionários do Santuário, e também dos animais, foi renovada no início dessa semana. No domingo, 11, voltou a chover na região da Chapada dos Guimarães. 

"Ontem pela manhã, tivemos uma curta tempestade de 5 a 10 minutos, e outra tempestade ontem à tarde com chuva fraca. E então, ontem à noite, por volta das 21h, tivemos uma tempestade bastante forte. Foi uma chuva forte que durou de 20 a 30 minutos. Essas pequenas chuvas são as melhores. Devido ao grau de queimadura que a terra apresenta agora, longas chuvas fortes podem causar problemas de escoamento", relatou o Santuário em nota.


 


Foto: Santuário de Elefantes Brasil

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