Por insuficiência no abastecimento, penitenciária feminina de Ribeirão pede para aprofundar poço
Obra teve de ser autorizada por comitê que avalia abertura de poços na bacia do Rio Pardo
A Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto solicitou ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo (CBH-Pardo) a recuperação de um poço artesiano para o abastecimento de água no local. Segundo a diretoria, o abastecimento público de água é insuficiente para o atendimento da demanda da unidade, que tem capacidade para receber até 405 presas.
O local costuma ser suprido com o abastecimento feito a partir de caminhões-pipa do Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp), quando ocorre falta de água no bairro em que a penitenciária está instalada, na Zona Oeste de Ribeirão Preto. Ainda assim, a medida não tem sido suficiente.
De acordo com o requerimento feito ao CBH-Pardo, houve até uma manifestação por escrito do Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) sobre a impossibilidade de atendimento da demanda da penitenciária pela rede pública.
A penitenciaria teve de pedir a autorização para o aprofundamento de um poço existente na área, para captação da água no Aquífero Guarani. Isso porque, em 2017, o poço apresentou queda de vazão. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo, a medida serve para “prover maior eficiência no gasto público e melhor abastecimento à população prisional”. No entanto, a SAP afirma que não há racionamento de água na penitenciária.
Pelo fato de se encontrar em uma das três zonas de restrição à perfuração de poços tubulares profundos, houve a necessidade de pedir a autorização. Segundo o documento, que foi publicado no Diário Oficial do Estado no início do mês de julho, o poço da Penitenciária tem uma vazão outorgada de exploração de 10,9 metros cúbicos por hora, por um período de bombeamento de 12 horas ao dia – que equivale a 130 mil litros de água.
A autorização concedida pelo CBH-Pardo é considerada de “caráter excepcional” e permite a recuperação do poço existente com aprofundamento. De acordo com o Daerp, a permissão para a obra foi autorizada para este fim e, até que o poço seja recuperado, manterá o abastecimento de água da penitenciária, sem qualquer prejuízo para a instituição.
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil