Ribeirão Preto cai em ranking ambiental do Estado

Ribeirão Preto cai em ranking ambiental do Estado

Para especialista, município necessita com urgência de usina de recolhimento de resíduos sólidos

Ribeirão Preto perdeu seis posições no ranking do Programa Município Verde Azul, do Governo Estadual. A nota da cidade em 2015 diminuiu - de 89,24 em 2014 para 86,14, caindo da 42ª para 48ª colocação -, o que mostra que diversos desafios precisam ser superados.

Ainda que tenha decaído, o município figurou novamente entre aqueles que são certificados pelo Estado, o que significa que Ribeirão Preto cumpriu com diretrizes ambientais propostas pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

O programa tem o propósito de medir e apoiar a eficiência da gestão ambiental dos municípios com estímulos às prefeituras paulistas na elaboração e execução de suas políticas públicas estratégicas para o desenvolvimento sustentável. Além de implicar em recursos financeiros destinados pelo Estado para o combate à poluição nas cidades que receberam nota acima de 80.

As ações propostas pelo Verde Azul compõem 10 diretivas para agenda ambiental local: Esgoto Tratado, Resíduos Sólidos, Biodiversidade, Arborização Urbana, Educação Ambiental, Cidade Sustentável, Gestão das Águas, Qualidade do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho Ambiental.

A advogada Cibele Randi, que é especializada no programa, aponta que a queda na nota de Ribeirão Preto não é tão preocupante, já que a cidade ainda cumpriu as diretrizes para ser certificada, e destaca as ações de educação ambiental no Bosque Fábio Barreto, o que “coloca o município em uma boa posição”, afirma.

Porém, para ela, a cidade precisa olhar com mais afinco para uma série de deficiências que apresenta na questão ambiental, como a questão dos resíduos sólidos, que tem um plano em vigor desde 2012, e da coleta seletiva.

“O pior de todos os problemas é a questão dos resíduos sólidos. Não ter uma usina que possa recolher esses resíduos para realização de uma seleção na hora do descarte é um ponto importante”, aponta a advogada, que lembra que mesmo com a crise, a construção civil ainda produz muito material para o descarte, que não encontra um destino correto por não ter uma usina de seleção de resíduos.

A questão da biodiversidade também chama a atenção do biólogo Felipe Andrade, que destaca a monocultura de cana-de-açúcar, como o motivo de uma “drástica diminuição da biodiversidade”. Ele acredita que a solução é desvincular os interesses políticos, lembrando que é preciso a aprovação “urgente” de um novo plano diretor.

“Ribeirão Preto está se desenvolvendo com base num plano diretor de 2003, sendo guiada por decisões imediatistas que quase sempre deixam o meio ambiente em segundo plano”, salienta Felipe, que também aponta a baixa arborização urbana e o avanço da construção civil sobre as áreas de recarga do Aquífero Guarani como problemas a serem resolvidos.

“É urgente a necessidade de elaboração e aplicação de políticas ambientais eficazes, além da conscientização da população ribeirãopretana”, completa o biólogo.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente reforça que o município ainda está entre os principais do Estado de São Paulo na questão ambiental, de um total de 111 municípios que participam do programa Verde Azul 2015, e também que é estudado um recurso à nota, que deve ser questionada.

Destaque de Sertãozinho

Na região, Sertãozinho se destaca no Município Verde Azul, já que a cidade foi a terceira no Estado no ranking referente a 2015, saltando da anterior 60ª colocação – a nota pulou de 86,11 para 96,68.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Sertãozinho, Carlos Alexandre Ribeiro Gomes, o programa é primordial no estabelecimento de metas e direcionamento para práticas de ações de preservação e sustentabilidade na Gestão Municipal. Ele destacou a posição da população, que, de acordo com ele, contribuiu “através de sugestões, denúncias e participações em temáticas relacionadas à preservação do meio em que vivemos”, pontuou.
 

Foto: Arquivo Revide

 

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