Ribeirão Preto fica em 34º lugar em ranking de água e esgoto 
Indicador de 49% de perda na distribuição em Ribeirão Preto representa cerca de 803 litros de água perdidos diariamente

Ribeirão Preto fica em 34º lugar em ranking de água e esgoto 

Em relação publicada pelo Instituto Trata Brasil, a cidade possui cobertura acima de 99%, mas registra perdas de 49% 

Publicação do Instituto Trata Brasil, com informações compiladas do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2020, analisa os 100 maiores municípios brasileiros em relação à coleta e tratamento de água e esgoto; pelo segundo ano consecutivo Ribeirão Preto ficou em 34º lugar. 

Nos indicadores de atendimento total dos serviços de água e esgoto, o município registra coberturas acima de 99%, com indicador de 49% de perda na distribuição que representa cerca de 803 litros de água perdidos por ligação diariamente. 

Em nota, a Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Saerp) destacou que os índices de atendimento de água e esgoto estão acima de 99%, sendo que em 2017 o índice era de 91%. A secretaria também prevê um investimento de aproximadamente R$ 150 milhões até 2023, para redução de perdas de água. 

“Com os investimentos já realizados, já tivemos uma redução nas perdas de 61,48%, em 2016, para 49%, em 2020. Quanto a ampliação da oferta de ligações, inexiste demanda reprimida para este tipo de solicitação, sendo que o município cresce aproximadamente, 2% ao ano com novas ligações”, diz a nota da Searp. 

Ressalvas 

Segundo avaliação do professor Marcelo Pereira de Souza, titular na área de Política e Gestão Ambiental da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP), é preciso cuidado na análise do ranking. 

“Nós temos que verificar o seguinte, o instituto trabalha com informações do chamado Sistema Nacional de Informações, que é preenchido voluntariamente por parte dos municípios e empresas de saneamento, então temos que examinar com uma certa parcimônia. São dados voluntários que não têm aquilo que a gente chama de validação. É uma iniciativa louvável e muito interessante, porém, deve ser examinado de maneira parcimoniosa”, destaca o professor. 

O docente da USP de Ribeirão Preto ressalta também que os números são indicadores e devem ser analisados de maneira relativa e não absoluta. “Outro aspecto importante, é de que os números são indicadores. Não que tenham menos importância, mas devemos ver de uma maneira relativa e não absoluta. Agora, há um problema com esses índices, por exemplo, Ribeirão Preto trata 100% do esgoto? É uma pergunta capciosa, pois tudo que chega na estação de tratamento é tratado, mas a coleta de esgoto é universal? A pergunta é, todo esse esgoto que é coletado está chegando na estação? Em Ribeirão Preto não, basta vermos a situação dos rios e córregos onde o esgoto se infiltra. Então os índices mostram uma tendência”, diz Souza. 

“O que estes indicadores realmente mostram é um mapa, um retrato da desigualdade social. Cidades onde há um melhor equilíbrio, são os que tem melhores índices de água e esgoto, e regiões com os piores índices de desequilíbrio social são também os com piores índices de água e esgoto”, completa o professor Marcelo Pereira. 


Foto: Reprodução/Saerp

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