Ribeirão Preto tem déficit de 50% de áreas verdes

Ribeirão Preto tem déficit de 50% de áreas verdes

Dados são do inventário arbóreo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente

Ribeirão Preto tem um déficit de 50% em áreas verdes. Os dados são do inventário arbóreo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. O relatório foi elaborado por uma empresa terceirizada entre março e novembro de 2021. Os pesquisadores fizeram uma análise de 290 quilômetros lineares de calçadas e canteiros.

O levantamento identificou 28 mil “vazios arbóreos”, ou seja, espaços que poderiam receber área verde. “Uma boa arborização é essencial à qualidade de vida para toda a comunidade inserida no ambiente urbano. É vital para o equilíbrio do clima, para saúde humana, vegetal e a fauna, e o controle da poluição do ar e sonora”, explica a bióloga Maria Inácia Macedo Freitas.

Segundo a bióloga, a cidade não possui regras urbanísticas que garantam espaços para árvores. “Em vias públicas, para que não haja ocupação conflitante no mesmo espaço, é necessário, antes da elaboração do projeto, analisar a área como por exemplo, colocar calçadas estreitas, onde não terá o espaço para arvores”, avalia a bióloga. 

O estudo também analisou e identificou as regiões que apresentam maior ou menor extensão de área verde, e foi constatado que a região Sul é a que apresenta melhor arborização e região central, é a mais deficitária. A bióloga explica que isso pode ocorrer devido ao poder aquisitivo destes bairros, que já foram projetados com avenidas, parques, áreas verdes e terrenos maiores.

Assim, para que um plano de arborização urbana ocorra de modo satisfatório, é necessário trabalhar a educação ambiental em cada bairro, como frisa Maria Inácia “Chamar a comunidade para abraçar a ideia. O projeto de arborização deve, por princípio, respeitar os valores culturais, ambientais e de memória do local, assim adquirimos respeito pela ideia de arborizar as vias públicas”, conclui.  

Segundo a secretária de meio ambiente do município, Catherine D’Andrea, a Prefeitura tem trabalhado em planos de ações para melhoria das condições de vegetação. “Por exemplo, o Plano de Mudanças Climáticas, o Plano de Arborização Urbana, o Plano de Recuperação de Nascentes e o Plano da Mata Atlântica e Cerrado.

Esses planos estão estabelecidos na revisão do Código do Meio Ambiente”, explica Catherine. Com base na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo vigente, é de responsabilidade dos empreendedores dos loteamentos a arborização das calçadas, ruas e avenidas. Porém, antes da promulgação da lei, não havia obrigatoriedade. “Com este levantamento percebemos que os bairros mais antigos são os que possuem maior déficit de arborização urbana. Além disso, muitas vezes a população não se preocupa em manter ou fazer o plantio de árvores em frente as suas casas”, ressalta Catherine. 


Foto: Ibraim Leão/Revide

Compartilhar: