Ribeirãopretanos produzem documentário sobre Mariana

Ribeirãopretanos produzem documentário sobre Mariana

Projeto busca financiamento coletivo para conclusão do filme

Os brasileiros não têm muito que comemorar neste Dia Mundial da Água, lembrado nesta terça-feira, 22. Isso porque faz quatro meses do maior crime ambiental da história do País, que foi a quebra da barragem da mineradora Vale/Samarco, em Mariana-MG, que aconteceu em 5 de novembro de 2015, e que jogou toneladas de rejeitos de minério tóxico no leito do Rio Doce.

No início de março, a companhia firmou acordo com o Governo Federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, estados afetados pelo acidente, em que ela se compromete a pagar R$ 4,4 bilhões para compensar os prejuízos sociais, ambientais e econômicos da tragédia, nos próximos três anos.

Para não deixar que esse acontecimento caia no esquecimento, e para que se discuta as consequências ambientais da tragédia, um grupo de cineastas de Ribeirão Preto está produzindo um documentário sobre como isso afetou a vida das pessoas que vivem nos municípios às margens do Rio Doce.

“Diversos interesses do poder público e privado impedem que uma série de situações venha à tona. Além de denunciar como a quebra da barragem afetou famílias e trabalhadores que dependiam do rio, o documentário traz a discussão sobre o novo código da mineração, um tema que atinge a todos brasileiros e tem sido pouco discutido”, afirma o produtor Matheus Vieira.

Já foram realizadas mais de 30 horas de gravações com entrevistas com moradores atingidos pela barragem, e também com as lideranças políticas dos municípios cortados pelo Rio Doce, como Paracatu, o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana-MG, até Linhares-ES, onde desagua.

Mas para concluir o documentário, os produtores da película apelam para o financiamento coletivo, via Catarse, para conseguir cobrir os custos do projeto necessários para a conclusão, estimado em R$ 6 mil. Ainda são necessárias informações sobre licenciamento da Samarco, código da Mineração, financiamento privado de campanhas políticas e análises técnicas da lama.
 

Foto: Matheus Vieira

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