Fora da UE, ribeirãopretano não teme futuro no Reino Unido
Fora da UE, ribeirãopretano não teme futuro no Reino Unido

Fora da UE, ribeirãopretano não teme futuro no Reino Unido

Angelo vive há 10 anos na Inglaterra e acredita que os brasileiros já instalados no país não sofrerão com Brexit

O courier ribeirãopretano Angelo Massonetto há dez anos fica entre idas e vindas entre o Brasil e o Reino Unido. Hoje, instalado em Tunbridge Wells, a 60 quilômetros ao sul de Londres, vê a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) como uma manifestação clara de xenofobia por parte dos britânicos, embora acredite que pouca coisa mudará no futuro próximo.

Isso porque Angelo conta com o passaporte italiano, e as sinalizações do primeiro-ministro britânico, David Cameron, são de que pessoas na mesma situação dele, e que já vivem lá, não serão afetadas de maneira imediata pela retirada do país da comunidade europeia.

Angelo acredita que o Brexit, apelido dado para sinalizar a saída do Reino Unido da UE, foi uma atitude inconsequente dos britânicos. “Eu achei uma inconsequência do país ter votado para sair. Estão desmantelando o Reino Unido. Metade quer ficar, metade quer sair. Obviamente eu como cidadão italiano preferia como estava”, esclarece.

Para ele, esta opção se deu em razão do aumento da xenofobia dos ingleses com cidadãos de países do leste da Europa, como Polônia, Bulgária e Romênia, a ponto de se criar teorias de que em algumas localidades se fala mais o idioma destas nações, do que o inglês.

Atualmente, vivem no Reino Unido 5,4 milhões de imigrantes. Desses, 3 milhões vieram de outros países da comunidade europeia, e o restante de outras partes do mundo, como brasileiros, indianos e paquistaneses.

“É bem nítido um boicote aos imigrantes do leste europeu. Especificamente Polônia, Bulgária e Romênia. A Inglaterra sempre foi contra a presença deles na comunidade europeia. Ouvi muito no rádio sobre a revolta de se sair nas ruas em lugares como Basildon [cidade a leste de Londres, onde vive muitos imigrantes] e ouvir mais o polonês do que o inglês”, explica o courier.

Além disso, ele acredita que a possível entrada da Turquia na União Europeia, também influenciou na decisão. De acordo com os defensores do Brexit, a entrada do país, de maioria mulçumana, na UE, levaria muitos imigrantes turcos e de outras origens ao Reino Unido – já que a Turquia é considerada a porta de entrada na Europa, a muitos imigrantes do oriente médio e norte da África.

“E também o rio de dinheiro que o Reino Unido precisa enviar toda semana pra ajudar outros países do leste, como forma de equiparação econômica, e isso deixa eles loucos”, observa. “Mas, ainda assim, o país está em estado de choque. Até quem votou pra sair não esperava as consequências fortes que estão acontecendo”.


Foto: Presidencia da República Mexicana

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