Botânico e Irajá: Onde a maturidade e a jovialidade se encontram

Botânico e Irajá: Onde a maturidade e a jovialidade se encontram

Um quase “setentão” — o Jardim Irajá —, outro em plena juventude — o Jardim Botânico —, estes dois bairros mostram como a Zona Sul não cansa de surpreender

Apesar da diferença de idade entre eles, de quase 50 anos, os bairros vizinhos Jardim Irajá e Jardim Botânico possuem algo em comum, que os tornam bastante atrativos: a proximidade com a avenida Professor João Fiúsa, a propulsora do desenvolvimento de novos bairros no Subsetor Sul de Ribeirão Preto, incluindo o próprio Botânico, o Santa Ângela e o Bosque das Juritis.

 

O Jardim Irajá — aprovado em 17 de dezembro de 1954 —, é quase “setentão”. Ainda assim, mantém a jovialidade com muita procura pelos seus apartamentos de área maior, em prédios baixos, com a vantagem do rateio de condomínio, em uma localização privilegiada, com comércio forte, muita opção gastronômica e a poucos minutos de grandes shoppings. 


Já o Jardim Botânico — aprovado em 24 de janeiro de 2002 —, traz em seu DNA a inovação do uso misto, associada à preservação ambiental e ao charme da arquitetura contemporânea, um ‘bem bolado’ que atraiu investimentos robustos para a região, contribuindo para torná-la uma das queridinhas do público. E tudo isso fica muito claro quando se olha para o traçado dos bairros no mapa. A diferença no desenho das ruas entre ambos demonstra um verdadeiro salto urbanístico, entre o século XX e o XXI, na formação da cidade. Uma ilustração de como a busca por um maior equilíbrio nos espaços, sustentando um melhor convívio com a natureza e a diversidade humana, evoluiu.

 

O Jardim Irajá


Historicamente construído em uma área popularmente chamada de “pasto das cabritas”, segundo antigos moradores, o Jardim Irajá foi crescendo aos poucos, sem pressa, mas, a partir de 2010, com o lançamento da avenida Professor João Fiúsa e a constatação de que a região iria “vingar”, o bairro vivenciou um “boom” de desenvolvimento, sendo muito procurado para investimentos. Situado entre as avenidas Senador César Vergueiro, Presidente Vargas, Professor João Fiúsa, Wladimir Meirelles Ferreira e Maurílio Biagi, o Jardim Irajá possui 20 ruas, mas acaba “encampando” como se fossem suas as ruas dos bairros Jardim Itamarati, Vila Matilde e Jardim Santa Cruz. 


Forma, assim, um trecho bastante charmoso do Subsetor Sul 3 na divisão geográfica da cidade, uma espécie de “ilha” cercada por áreas nobres, que acabou pegando carona nesse título também.

 

“Tudo por aqui era matagal. Só se via uma ou outra casa, um ou outro predinho. Aos poucos, o bairro foi expandindo. Prédios e casas ao mesmo tempo, diferente do Jardim Macedo, por exemplo, que, no início, era só de casas, que depois foram sendo demolidas e virando prédios. É uma história interessante. O Santa Cruz do José Jaques, por exemplo, é anterior ao Irajá. Era como Bonfim Paulista, uma pequena cidade próxima, que viu Ribeirão Preto crescer na sua direção e a tornar apenas mais um bairro. Nos instalamos por aqui, vimos um nicho de mercado e o abraçamos. Muita gente comprou imóvel muito barato no início do bairro”, conta Patrícia Dinardi, corretora no Irajá há mais de 30 anos. 


Patrícia, que também foi moradora do bairro na década de 2000, diz que muitas famílias realizaram ali o sonho de ter um imóvel e que o Irajá tem “uma vida própria”, não sendo preciso se deslocar para absolutamente nada. “O Irajá atendeu e continua atendendo muitas famílias e estudantes. É um dos bairros que mais gosto de trabalhar, onde já morei, onde tenho meu comércio e onde me encontro. Tem padaria, mercado, farmácia, quitanda, enfim, qualquer profissional ou comércio que você precisar. E o mais impressionante é que esse bairro parece uma caixa de Pandora. Cada vez que você anda pelas ruas, descobre uma novidade — algo que abriu ou que fechou, imóveis que mudaram de fachada ou, simplesmente, foram demolidos, dando lugar a algo completamente novo”, afirma a corretora.


Com uma população total estimada de 19.010 pessoas (segundo dados do IBGE/2010), o bairro mistura tradição, contemporaneidade e glamour. Conta com muitos prédios baixos, sem elevador, casas e também uma maior concentração de prédios mais altos ao longo da rua do Professor, uma espécie de “quintal” da avenida João Fiúsa, um “corredor de luxo” que se formou na primeira rua do bairro, dando continuidade ao status da avenida conhecida como o m² mais caro da cidade. A rua dois do Irajá, a Thomaz Nogueira Gaia, atravessa três bairros, unindo o Jardim Botânico ao Jardim América, e se tornou um eixo secundário de ligação entre as avenidas Wladimir Meirelles Ferreira e Senador César Vergueiro, dois grandes polos de comércio e serviços.

 


“Quintal da Fiúsa”, a rua do Professor — primeira rua do Jardim Irajá —, virou um corredor de luxo

 

A primeira casa do Jardim Irajá


“O senhor é louco de fazer casa nesse mato!”, disseram a Felício Bombonato, um italiano que, sem imaginar, saiu do seu país, com apenas um ano de idade, para vir ao Brasil se tornar o construtor da primeira casa do Jardim Irajá.

 

“Comprei o terreno do meu cunhado, que morava em Batatais, e era muito meu amigo. Comecei a limpar e a fazer o alicerce em 1976. Um dia, passou um senhor que me disse isso, mas não demorou muito e uma outra casa já começou a ser levantada por perto, construída por um rapaz de Brodowsky”, contou Felício ao portal da Revide, aos 97 anos, em janeiro de 2012.

 

A casa onde o pedreiro e construtor viveu com a família até morrer, aos 100 anos, em 2015, ficava na rua Thomaz Nogueira Gaia, esquina com a Dr. João Gomes Rocha e levou seis anos para ficar pronta. Era um sobrado de “tijolinho à vista”, cercado por árvores plantadas ao longo dos anos pelo próprio Felício, entre elas, mangueira, craveiro-da-índia e magnólia. 


Do terraço da residência, a família tinha uma ampla e privilegiada visão da zona sul da cidade. Vendida pela família após sua morte, a casa foi demolida em 2022 e o terreno, hoje, está para locação.

 

“O terreno ali, no início, era muito barato. Muita gente até trocava por pouca coisa. Era tudo muito longe e a gente, acostumado a morar no Centro, sofreu um pouco, mas meu pai sabia que o progresso ia para lá. E o Irajá acabou se tornando um bairro muito agradável, maravilhoso. Nossa casa tinha um ar de magia. Meu pai fez com muito amor, a maioria ele mesmo, usando a criatividade e colocando muito carinho. Já me disseram até que parecia um castelo. Agora, só está na nossa memória”, conta o filho, Felício Bombonato Júnior.

 

 

Mercado Imobiliário


Os valores de imóveis no bairro são muito variáveis. Tem apartamento de 1 dormitório a partir de R$ 150 mil, de 2 dormitórios a partir de R$ 240 mil. Tudo depende da estrutura do prédio, se tem elevador ou não, área de lazer, se é com ou sem quintal, reformado ou sem reforma. “É um bairro difícil de precificar. Você precisa ter um certo domínio de mercado para avaliar um imóvel no Irajá. Não dá para pegar o preço do m² de um apartamento e colocar em uma casa”, avalia Patrícia.


Para ela, o Irajá sempre vai ter público e a procura, principalmente de quem busca o primeiro imóvel, sempre será grande, porque há todos os tipos de preços, baratos, médios e caros. “É um bairro onde ainda existem apartamentos com quintal e você acaba tendo o conforto de uma casa com a segurança de um apartamento, onde se cria uma comunidade segura, por um valor de condomínio baixo. Quem não pode pagar um condomínio alto opta por esses tipos de moradia que, particularmente, acho bem interessante. Eu mesma fui muito feliz num apartamento desse tipo. É uma moradia que atende uma família tranquilamente. Achávamos que quando os predinhos começassem a envelhecer seria um problema, por serem poucos proprietários, mas a grande maioria mantém a boa aparência das edificações, sustentando o apreço pelo Irajá”, conclui Patrícia.

 

O Jardim Botânico


Da mesma geração do Nova Aliança — o primeiro bairro de uso misto de Ribeirão Preto —, o Jardim Botânico foi um empreendimento idealizado pelo Grupo de Desenvolvimento Urbano de Ribeirão Preto (GDU), com projeto urbanístico desenvolvido pelo Contart e Takano, escritório de Arquitetura e Urbanismo, em meados da década de 1990.

 

“Ele tem o mesmo conceito do Nova Aliança — um bairro de uso misto, com alguns bolsões mais reservados, áreas com menor trânsito passante, que conferem uma condição mais preservada de comunidade local, e, também, avenidas com áreas de comércio, além da combinação de tipologias, tanto prédios altos como baixos, casas, comércios e prestação serviços, tudo junto com a habitação”, explica Silvio Contart.


Desenvolvido em uma área de 901.523,30 m² e contando com 1.353 lotes, distribuídos em 67 ruas e avenidas, o Jardim Botânico foi aprovado em 24 de janeiro de 2002 e concebido com uma hierarquia do sistema viário e, também, no grau de uso público das áreas abertas, das calçadas e áreas verdes.

 

“Você tem ali algumas ruas sem saída no miolo da quadra, com uma condição mais íntima do uso da vizinhança pelos moradores, depois ruas mais abertas, com uso comercial, e as avenidas, que são ligações regionais”, explica o arquiteto. Além disso, na questão ambiental, dentro do fundo de vale, o projeto previu a retenção de água de chuva, para evitar enchentes no córrego Retiro Saudoso, utilizando várias barragens ao longo do vale, e uma área verde grande ao longo do rio, para fazer contenção. Todo o sistema de galerias cai nesse córrego e essas barragens diminuem a velocidade da água. 


Ainda em termos ambientais, o bairro conta com uma nascente, uma área verde muito grande, a preservação de uma área de mata, vizinha à Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), e também o parque Dr. Luis Carlos Raya, que foi concebido junto com o loteamento.

 

“Foi nossa a ideia de ter edifícios em volta do parque, utilizando-o como paisagem, de aproveitar a pedreira, criando o lago com o palco construído dentro dele e o grande gramado, que serve como área de eventos”, ressalta Silvio. Outro detalhe: o bairro faz duas conexões importantes, ligando, de um lado, o Jardim Canadá, a avenida João Fiúsa e a City Ribeirão, e, de outro, emendando o Anel Viário com a avenida Maurílio Biagi/Francisco Junqueira. “Foi o Botânico, inclusive, que possibilitou o desenvolvimento de toda a região ao norte do Anel Viário, como o Guaporé e outros bairros que se formaram ali”, avalia o arquiteto.


Para Silvio, acompanhar o bairro por ele e sua equipe pensado, se desenvolver mais ou menos como o planejado, é uma realização. “Em nosso ramo — o urbanismo —, a realização acontece a longo prazo, porque os projetos demoram muito tempo para serem aprovados e ocupados. Precisamos, por isso, fazer um exercício de futurologia, pensando como o mercado e a sociedade vão absorver os projetos ao longo dos anos. E, no caso do Jardim Botânico, que era muito contemporâneo para a época, quando o que se fazia eram bairros com grandes extensões de área de uso estritamente residencial, como City e Ribeirania, essa mistura, criando vários tipos de habitação e usos combinados em um desenho urbano único, foi uma novidade que se mostrou muito assertiva, tonando-se a diretriz atual do nosso Plano Diretor e da nossa lei de parcelamento”, conclui o urbanista.

 

Com seu desenvolvimento, o Jardim Botânico acabou também “encampando” alguns pequenos bairros ao seu redor, como Bosque das Juritis I e II, tornando, aos olhos do público, tudo uma única região. 

 

Mercado imobiliário


Localizada há 10 anos no edifício W.Offices, uma forte referência comercial do Jardim Botânico, a Circulus imobiliária acompanhou de perto o desenvolvimento do bairro e se especializou em atuar com imóveis residenciais e terrenos em condomínios de alto padrão. Para os sócios, Thiago Luz Russomano e Tuca Nassif, os atrativos do bairro são muitos.

 

“Percebemos claramente como sua divisão foi bem elaborada, de Gabarito Alto e Baixo no quesito Construção e Edificação, e a mudança na paisagem urbana da zona sul de Ribeirão Preto. Os edifícios altos são posicionados em pontos estratégico de maior fluxo e mobilidade, já os edifícios menores em regiões com menor fluxo. Em seu entorno, temos uma das mais belas e cobiçadas avenidas da cidade, a Wladimir Meirelles, com um comércio único e extremamente valorizado, além da avenida Professor João Fiúsa, grande referência residencial da cidade, bem como o Anel Viário, principal acesso a cidades vizinhas”, afirma Thiago.


Segundo o corretor, o ponto forte do Botânico é sua localização, sendo de fácil acesso aos principais pontos da cidade. Além disso, oferece para seus moradores uma grande variedade de comércio e serviços, como restaurantes, concessionarias de luxo, supermercados, hotéis de redes internacionais e edifícios comerciais, tudo isso somado a uma qualidade de vida diferenciada, com dois parques ecológicos dentro do bairro: o Parque Raya, com seus mais de 40 mil m² de lagos, pistas asfaltadas e área verde e, também, o primeiro Parque Design de Ribeirão Preto, o Über Parque Sul

 

. “A arquitetura é outro ponto de destaque, sempre apresentando novidades e projetos diferenciados, como a fachada ‘em movimento’ do edifício Marquises e o pé direito duplo da sala e sacada do edifício Hype, localizados no complexo Parque Sul, ambos da Perplan, uma das principais contribuintes para o desenvolvimento do Jardim Botânico”, enfatiza o corretor.  


Além dos imóveis comerciais e prédios residenciais, o bairro conta com condomínios horizontais de alto padrão, que oferecem toda segurança, conforto e comodidade, como opção de moradia e de investimento. “É um bairro completo, com distintas possibilidades, que agrada e atende diversos perfis, o que mantém aquecido o mercado imobiliário na região, com perspectiva de crescimento e de valorização. Mesmo sendo um bairro tradicional, com a maioria dos seus imóveis residenciais e comerciais estabelecidos, ainda é um dos poucos da região em constante desenvolvimento, com grandes terrenos vagos, estrategicamente posicionados, onde as principais construtoras da cidade seguem lançando projetos e impulsionando o valor do m²”, pontua Tuca Nassif.

 

Dentre os lançamentos atuais, o corretor destaca edifícios do complexo Parque Sul, das empresas Perplan e Bild, com opções de apartamentos entre 100 m² e 600 m², com projetos variados, que atendem a todas as necessidades de quem tem intenção de morar no bairro. Ainda no complexo, há três lançamentos em andamento e outros em fase de estudo e criação. Os valores no m² para estes lançamentos variam entre R$ 7.500 e R$ 10 mil reais, dependendo do projeto, andar, posição solar e prazo de entrega. 

 

Investimento certo


Quando a Pereira Alvim adquiriu terrenos no Jardim Irajá e Jardim Botânico, foi seguindo a expansão da zona sul na cidade, que se tornou uma das principais regiões com grande potencial de crescimento e, cada vez mais, oferece infraestrutura completa, tanto para quem busca moradia, quanto investimento. “Além disso, os dois bairros têm localizações estratégicas, sendo próximos a escolas, shoppings e comércios.

 

Foram pensados para oferecer o bem viver e nossos projetos na região são assinados por profissionais renomados, que trouxeram para cada empreendimento ideias inovadoras, sofisticadas, surpreendendo positivamente pela qualidade e valorização de detalhes que fazem a diferença para a vida das pessoas”, destaca Julio Di Madeo, diretor comercial e de marketing.

Jardim Irajá 
Ed. Candeias – Maio/2000
Ed. Cambuí – Junho/2001
Ed. Gardenia – Fevereiro/2012
Ed. Jasmim – Dezembro/2015

Jardim Botânico 
Ed. Jataí – Novembro/2004
Ed. Sequoia – Maio/2008
Ed. Bella Vista – Maio/2012
Ed. Everest – Abril/2015
Ed. Blue Diamond – Abril/2018

 

Über Parque Sul "Roberto Francói"


Um dos projetos mais inovadores da cidade, o Über Parque Sul “Roberto Francói”, foi inaugurado no dia 14 de junho de 2017. Criado pelos arquitetos Marcus Cotrim e Marcio Cotrim, a partir do conceito de Parque Design, referenciado por grandes parques espanhóis e pelo paulistano Parque da Juventude, o projeto foi construído pelas empresas Bild Desenvolvimento Imobiliário, Perplan Urbanização e Empreendimentos e CPConstruplan.

 

Além do elaborado desenho da paisagem e do mobiliário urbano, idealizado por Alexandre Garcia Tazinaffo, o parque também soluciona questões como captação/reuso das águas de chuva provenientes de todo seu entorno e promove acessibilidade, tanto nos percursos (livres de degraus e inclinações), quanto nos equipamentos e nos brinquedos. É o único parque da cidade acessível para crianças de 0 a 14 anos, com e sem deficiência, brincarem juntas. Oferece vários espaços de bem-estar, um mirante com vista para a região Sul, espelhos d’água, miniteatro de arena, espaços para caminhada e corrida, aparelhos de ginástica, circuito de bike kids e wi-fi gratuito. Permite animais de estimação.

Aberto todos os dias, das 6h às 20h
Rua Cezário Gonçalves, no perímetro
das avenidas Wladimir Meirelles e Carlos Consoni

 

 

Parque Dr. Luís Carlos Raya


Inaugurado em 2004, o parque Dr. Luis Carlos Raya possui área de, aproximadamente, 40 mil m². São 1.100 m de pistas asfaltadas, gramado central com cerca de 1.400 m², palco coberto com 600 m², dois lagos artificiais com profundidade acima de 1 m, áreas tratadas paisagisticamente com recantos destinados à contemplação, banheiros, área de alimentação com instalações para lanchonete, cozinha, depósito e área coberta externa para instalação de mesas, cadeiras e bebedouros.

Aberto todos os dias, das 6h às 20h
Avenida Wladimir M. Ferreira, s/nº


Fotos: Revide

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