"Acordos políticos eram complexos", diz testemunha da Sevandija
No primeiro dia de depoimentos foi ouvido o delegado da Polícia Federal Flávio Reis
No primeiro dia de depoimentos das testemunhas arroladas pelo Ministério Público para as audiências da Operação Sevandija, apenas o delegado da Polícia Federal, Flávio Reis, falou no Fórum de Ribeirão Preto nesta segunda-feira, 24. As outras testemunhas que tinham depoimentos marcados para este primeiro dia foram transferidas para esta terça, 25.
Neste primeiro dia, o delegado afirmou que em conversas com o empresário Marcelo Plastino, morto em novembro de 2016, ele confirmou que nos envelopes encontrados dentro das revistas entregues a alguns vereadores investigados na operação havia dinheiro. Além disso, ele falou que o primeiro vereador a receber pagamentos da construtora Atmosphera em troca de apoio político a ex-prefeita Dárcy Vera foi Walter Gomes.
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O delegado apontou que a mulher de Walter Gomes foi contratada de uma empresa de Plastino, a TecMaxx, entre os anos de 2012 e 2015.
Além disso, Reis ainda disse que os acordos políticos eram “muito mais complexos” do que apenas votações a favor da prefeitura na Câmara Municipal. Também foi constatado a partir das escutas que funcionários indicados pelos vereadores para trabalhar na Atmosphera como terceirizados a Coderp atuariam como cabos eleitorais.
No depoimento, o delegado ainda apontou que 12 vereadores fariam parte dos acordos para atender os interesses do governo Dárcy, embora apenas os nove que foram afastados no segundo semestre de 2016, quando foi deflagrada a Sevandija, sejam investigados.
Além disso, ele apontou que o chefe dos acordos entre a Coderp e a Atmosphera era o ex-superintendente da Coderp e secretário de Administração de Dárcy, Marco Antonio dos Santos.
Nesta terça, as oitivas das testemunhas continuam com os depoimentos de agentes da Polícia Federal.
