Em depoimento, agentes da PF dizem que Zuely tentava proteger Dárcy
Agentes disseram que Zuely se mostrava contrariada em ter de realizar pagamentos

Em depoimento, agentes da PF dizem que Zuely tentava proteger Dárcy

Audiência da Sevandija referente ao processo do acordo dos 28% aconteceu nesta segunda-feira, 25, no Fórum de Ribeirão

Em audiência de inquirição das testemunhas arroladas pela acusação da Operação Sevandija, no processo referente a irregularidades nos pagamentos dos honorários dos 28,35%, agentes da Polícia Federal afirmaram que a ex-advogada do Sindicato dos Servidores Municipais, Maria Zuely Librandi, tentou “proteger” a ex-prefeita de Ribeirão Preto Dárcy Vera, em depoimento.

Nos depoimentos realizados na tarde desta segunda-feira, 25, no Fórum de Ribeirão Preto, foram ouvidos o delegado da Polícia Federal Flávio Reis e os agentes Luís Janones e Roni Pires, que afirmaram que Zuely ficava “muito contrariada” em ter de pagar para receber os honorários em razão da vitória no processo da reparação salarial dos servidores.

“Ela se mostrava contrariada e reclamava que tinha que pagar imposto sobre os honorários, enquanto ‘eles’ não pagavam nada porque recebiam um dinheiro ilegal”, disse Janones, ao se referir das reclamações de Zuely sobre a pressão que recebia para realizar os pagamentos aos outros réus envolvidos, para poder receber o dinheiro dos honorários advocatícios.

Os réus neste processo são, além da advogada e a ex-prefeita, os também advogados Sandro Rovani e André Hentz, que trabalhou na disputa judicial de Zuely para receber os honorários, além do ex-secretário de Administração Marco Antonio dos Santos e o ex-presidente do Sindicato dos Servidores, Wagner Rodrigues.

Os investigados ainda disseram que Maria Zuely recorria a Rovani para interceder junto a Marco Antonio e a Dárcy para que os pagamentos dos honorários fossem realizados. Questionados pela defesa se testemunharam alguma entrega de dinheiro, os agentes disseram que não, embora as denúncias, de acordo com eles, esteja embasada nas movimentações financeiras, como saques em dinheiro e emissão de cheques, além da colaboração premiada de Rodrigues.

Eles ainda disseram que a ex-advogada do Sindicato afirmou que realizava pagamentos de contas de Dárcy e que ainda teria sacado R$ 70 mil que seriam entregues para Marco Antonio (no valor de R$ 50 mil), e o restante para ex-prefeita, que seria entregue para uma secretária de uma ONG que Dárcy mantinha.

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As defesas dos acusados questionaram quais elementos que fizeram os investigadores a concluir que houve pagamento de propina para liberação do dinheiro, já que não houve não houve flagra de tais entregas de recursos. Os advogados questionam também o fato de as referências interceptadas por ligações telefônicas e e-mails autorizados pela justiça não deixarem claro se existiu de fato a entrega de dinheiro e a quais agentes públicos a verba teria sido destinada.


Foto: Amanda Bueno

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