Em carta, Wagner Rodrigues se arrepende e diz que errou
Wagner Rodrigues se arrepende e diz que ‘errou’, afirma defesa

Em carta, Wagner Rodrigues se arrepende e diz que errou

Presidente afastado do Sindicato dos Servidores, investigado na Sevandija, diz que pretende colaborar com a justiça, mas afirma que os servidores não foram prejudicados

O presidente afastado do Sindicato dos Servidores Municipais, Wagner Rodrigues, se diz arrependido e espera poder ajudar a justiça brasileira com seus depoimentos nas investigações da Operação Sevandija, disse em carta lida por seu advogado, Daniel Rondi, na tarde deste sábado, 3. A delação de Rodrigues, realizada ainda no mês de setembro, foi utilizado pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Federal para a deflagração da Operação Mamãe Noel, a segunda da Sevandija.

A operação apura o envolvimento da prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera, e outros três acusados de serem beneficiários de propinas pagas com dinheiro público a partir dos honorários da ex-advogada do Sindicato, Maria Zuely Librandi, em ação contra a prefeitura.

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Na carta lida pelo advogado que defende Rodrigues, o presidente afastado do sindicato diz que errou ao “ter sido seduzido para encerrar uma luta que na justiça poderia ser indevida”, e que acreditou que aceitando o acordo os servidores não seriam penalizados. Rodrigues defende que os servidores municipais não foram lesados com a homologação do acordo em 2012 – o Gaeco afirma que a homologação foi feita com uso de documentados falsificados.

“Para os beneficiários do processo dos 28% que já haviam vendido os seus créditos para os bancos credenciados a questão dos juros não tinha mais significado algum em 2012. Para quem já havia vendido os seus créditos, os juros já não eram mais deles, e sim eram contabilizados para aumentar o faturamento dos bancos que haviam comprado”, ainda declara a carta.

Essa afirmação é contestada pelos promotores do Gaeco, que estimam que os servidores municipais, ao abrirem mão dos juros, teriam sido lesados – em 2012, quando foi assinado o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a prefeitura e o sindicato, ficou determinado que os servidores abririam mão de 3% dos juros mensais do acordo dos 28% para o pagamento dos honorários da advogada.

“Errei, porque aceitei a possibilidade de ser remunerado pela pessoa que seria a mais favorecida, a ex-advogada do sindicato”, explica Rodrigues, que completa dizendo que reitera tudo que disse ao Ministério Público, e que não tem bens materiais e financeiros, e que por isso optou de abrir mão do sigilo fiscal e bancário e que revelou a justiça “tudo que interessa”.

Fragilizado

Rondi informou que o sindicalista se sente fragilizado com as informações divulgadas na imprensa. “Ele está bastante aturdido com tudo isso".

Mudança de ideia

“Existia uma discussão judicial, e nesta discussão judicial, ninguém sabe até hoje o resultado. O que ele errou, foi de aceitar o argumento de alguns de que o servidor não perderia e de que ele ganharia, então isso é o que o MP entende que é de errado, criminoso e que desencadeou toda situação de ilegalidade”, concluiu o advogado.


Foto: Leonardo Santos

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